segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Desanimado.

Mais um ano acaba. E daí?

Difícil admitir, mas não estou no clima (nem preparado)
Para participar desta data.
Muitos compraram fogos de artifício,
Eu nada comprei. 
Só espero tomar a cidra barata que está lá na estante da sala.
Não vou tomar em uma taça, porque não mereço.
Tomarei em um copo de alumínio que ganhei de brinde em um posto de gasolina.

Parece trágico e decadente. Ótimo. Assim se encontram minhas expectativas.
Que venha o próximo ano.
Que passe este último dia.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Aos Trancos e Barrancos

   Em um planeta qualquer, em uma galáxia imensa, viviam seres em perfeita harmonia tanto com seus semelhantes, como com o ambiente em que se encontravam. Certo dia souberam que em um lugar muito distante havia um planeta semelhante, um planeta azul a que chamavam de Terra.
   Todos  ficaram entusiasmados com a notícia e buscaram todas as informações possíveis sobre este planeta e seus habitantes. Descobriram que este planeta possui uma diversidade gigantesca, com muitos seres e plantas de todos os tipos, cores e tamanhos, mas um em especial se destacava: O ser humano.
   Ao pesquisar sobre este ser em específico, se maravilharam com sua esperteza, com sua cultura e com tudo o que haviam feito até hoje. Foi uma ótima notícia a descoberta de outro tipo de vida inteligente.
Descobriram uma data - um costume - em que todos se uniam, pregavam a união, a paz e a prosperidade, onde todos respeitavam-se mutuamente independente de sua condição social, aparência ou etnia. A esta data fantástica dava-se o nome de NATAL.
   Motivados pela descoberta, resolveram ir ao Planeta Terra um pouco antes da data pesquisada. Chegado a véspera desta data que é tão esperada entre os humanos, os visitantes ficaram abismados com a desigualdade em que a maioria das pessoas se encontrava, com o consumismo excessivo, o descaso para com os seus semelhantes, e a hipocrisia - sim, a hipocrisia - um alto grau de falsidade e ignorância, ignorância esta que ocorria até mesmo entre famílias. Um natal  em que comprar é melhor que partilhar, que TER mais é SER mais, um natal em que o principal motor é um fardo de papel verde com números impressos. Um natal de mentira.
   Abatidos e desencorajados para realizar um contato direto com os humanos, resolveram voltar à seu planeta de origem, lamentando-se e  indignando-se cada vez com as atitudes dos seres que achavam tão inteligentes e promissores. Uma votação entre os seres visitantes foi feita. A decisão foi a destruição do planeta, já que a vida "inteligente" que o ocupava não era tão desenvolvida o suficiente à ponto de considerar o respeito e a vida em sociedade como um grande benefício para todos.
  Porém, um dos seres ao olhar para trás, observou que nem tudo era trevas. Sim! mesmo que minoria, algumas pessoas ainda se importavam com seus semelhantes e com todos os demais seres que residiam no planeta.
   O assunto foi discutido e a destruição do planeta acabou sendo cancelada. Apesar do cancelamento, os visitantes decidiram vigiar o planeta, determinando o futuro desta imensa bola azul.
   Ainda hoje o planeta resiste, aos trancos e barrancos a humanidade caminha. Se é para a destruição ou para um futuro brilhante, eu não sei. Somente quero um natal que não se encontra em uma prateleira.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Me resta esperar.

Me resta esperar o seu sorriso,
Fugir deste empecilho,
E espero que você também fuja.

Se de minha pessoa não gosta, 
Talvez não tivesse dado-me sua atenção.
Atenção?! Coisa fácil de conseguir,
Difícil de perdurar..

Mas quando falta comunicação,
Barreiras surgem,
Muralhas são construídas
E a distância é inevitável.

Quem sabe o empecilho não some,
A muralha vai ao chão,
E a distância acaba.
Novamente tenho a ti.

A esperança volta,
O coração bate,
E em você..
Permanecerei!

Fabiano Favretto

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Espaço

Enquanto muitos vivem em aquários, 
eu faço fogueira e moda de viola em meu jardim.


Fabiano Favretto

Frase não escrita por mim #6

Se todo mundo pode ter. Porque ter? Ouro por exemplo, é caro porque é raro. Estende-se isso para outros fatores da vida.

Nikolas Billwiller Godoy

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Luz

Como é bom este sol.
Sua luz amarela me acalenta
Nas manhãs de quarta-feira.
E a todos sem indiferença,
Com precisão ilumina.

As flores agradecem,
Os passaros se regozijam
E eu sofro distante
Somente sua luz eu tenho
E somente em seus olhos não a vejo

Morrendo aos poucos estou.
Mas vou feliz,
Já que ao menos sua luz eu presencio.
Contigo sonho e sonharei 
Entre fatídicos suspiros
Até o próximo amanhecer.

Fabiano Favretto

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ignorado

Assim como eu,
Esta poesia será ignorada.
Não reclamo (talvez lá no fundo sim),
Fabrico estes versos.
Mas os forjo com uma ponta de tristeza.


Talvez não seja ignoração..
Talvez seja apenas ausência..
De seus olhos, de consideração??


Não, Não. Não!
Exerço ainda algo,
Parece importar-se,
Um pouco talvez..
Não muito. Quem sabe?
Insistente em deletar-me,
Busca supérfluos motivos
Para na eternidade desintegrar-me.

Fabiano Favretto

domingo, 2 de dezembro de 2012

20!

Quem diria que duas décadas se passaram!
Um sentimento estranho me invade..
Pensamentos e lembranças,
De tempos que eu tenho mais saudade.

Vivi pouco ainda. Eu sei!
Mas não sei se coisas boas fiz,
Se coisas concretas realizei,
Se que o tempo que passou eu quis..
Que voltasse à mim outra vez.

Em voltas o relógio não para.
Incansáveis os ponteiros giram,
Em uma volta de tempo e espaço,
Em inconstâncias de acontecimentos ficam.

Daqui em diante,
Quero levar a vida menos a sério.
Pisar descalço na grama molhada,
Aproveitar as tardes de sábado,
Degustar de bom grado cada mistério.
Quero Levar a vida,
Assim como se leva uma pequena criança:
De mãos dadas, em passo lento,
Pela beira da Estrada.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aprendam!


"De um autor inglês do saudoso século XIX: O verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente."

Mario Quintana

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ah, os 'causos'!

 Os 'causos'! Não há quase nada mais saboroso do que escutar um bom e velho 'causo' - aquele do tempo de nossos avós. De terror os melhores, de vivência à priori e de lições morais não são menos importantes.
Para se contar um 'causo', há algo quase tipo uma cerimônia, um ritual, uma preparação.
 A disposição das palavras, a expressão facial (o auge do teatro representado em poucos atos), e ah, a disposição das pernas - hora cruzadas, hora dando pulinhos. Uma olhada no relógio, como se cronometrasse o tempo da história. Uma luz o ilumina enquanto em um gesto rápido acende o 'paiero' (breve fumaça em formatos encaracolados, ou desenhos que lembram caravelas velejantes num mar não muito turbulento).
 Tudo isso me delicia e parece fazer parte de um enredo! A chaleira de ferro amassada, repousada silenciosa sobre o assoalho, somente faz um tilintar quando enche vagarosamente a cuia de purungo. Em roda faz-se as pessoas, e em volta se monta a história.
 Em verdades ou mentiras, casos e 'causos', conversas ou prosas, o que espero é  que nunca acabe a singela sabedoria popular, de experiências, conhecimentos e de preciosos ensinamentos, dos quais jamais me esquecerei.

http://goo.gl/p7lnkg

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Motivos para ficar..


...São bem diferentes daqueles que te levam para longe.

O nariz


Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma solida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com o Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa de almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
- O que é isso? – perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.
- Isto o quê?
- Esse nariz.
- Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.
- Logo você, papai...
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.
- Tire esse negócio.
- Por quê?
- Brincadeira tem hora.
- Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher o interpelou:
- Aonde é que você vai?
- Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
- Mas com esse nariz?
- Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só por que é um nariz...
- Pense nos vizinhos. Pense nos clientes.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risadas (“Logo o senhor, doutor...”), fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
- Ele enlouqueceu?
- Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi “ele” assim.
Naquela noite, ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois, vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.
- Você vai usar esse nariz na cama? – perguntou a mulher.
- Vou. Aliás, não vou mais tirar este nariz.
- Mas, por quê?
- Por que não?
Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isso. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.
- Papai...
- Sim, minha filha.
- Podemos conversar?
- Claro que podemos.
- É sobre esse seu nariz...
- O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
- Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
- O nariz é meu e vou continuar a usar.
- Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
- Não tem porque não quer...
- Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
- Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O sei pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
- Se não fez nenhuma diferença, então por que usar?
- Se não faz diferença, por que não usar?
- Mas, mas...
- Minha filha.
- Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai!
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.
- Você vai concordar – disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho...
- Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas repudiam tudo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Que dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz!?
-É... – disse o psiquiatra. – Talvez você tenha razão...
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for não se entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.

 - Luís Fernando Veríssimo

domingo, 11 de novembro de 2012

Eu mesmo, mesmo Eu

Às vezes acho que não sou eu mesmo,
Esse mesmo eu não sou.
Ou talvez eu seja tanto eu
Que sou à ponto de não o ser.

Um Doppelgänger narcisista,
O espelho não me fita.
Insiste em refletir quem não sou
Uma busca pela não-identidade,
Talvez pelo anonimato.

Não sei se existem
Fundamentos de auto-descrição,
Três alternativas talvez..
Uma Opção.
O mesmo Eu,
Eu mesmo,
Eu.

domingo, 28 de outubro de 2012

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
                                                                                                                  Carlos Drummond de Andrade

Palavras

Palavras machucam mais que apunhaladas.
A nossa língua, mais afiada que uma adaga.
As vezes escapa, da gaiola de nossa boca
E voam em todas as direções, em maioria erradas.

As palavras nunca voltam.
As pessoas nunca saram.
As feridas nunca somem.

Com a palavra se machuca,
E com a palavra se concerta
Com a palavra se restaura
E tudo se acerta.

Fabiano Favretto

domingo, 21 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sei que não sei.

  à minha prima Josi.

   Sei que não sei muitas coisas. O que sei já não me é suficiente.
   Tenho sede de conhecimento. Sede da água da fonte - da fonte de todo o saber.
   Jamais estarei saciado, jamais esta sede passará.
   Tudo me é novo (e por isso me alegro) e não há desmotivação.
 
   Assim como as aves migram antes do inverno,
   minha mente busca o calor confortante do saber.
   Se um dia o conhecimento não me proporcionar mais prazer,
   prefiro morrer ao viver sem aprender nada mais.

   Sei que não sei, mas sei o que sei.. E o que quero!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Como gosto

Como gosto do anoitecer,
Dos dias de primavera
Onde os passaros cantam sua ultima melodia
E os grilos ensaiam suas repetidas partituras
A lua minguante
Aparece ao longe
Pouco acima de onde o sol se poe
E a brisa leve e suave
Traz a sensação e o toque de frescor
Depois de um caloroso dia.

Fabiano Favretto

sábado, 15 de setembro de 2012

Cantar e Tocar

   Cantar, tocar viola e se divertir em família. Como gosto destas reuniões onde podemos esquecer das trivialidades e rotineiras tarefas do dia-a-dia. Músicas antigas, caipirescas, músicas sertanejas de amores não correspondidos - a declaração bucólica de um pobre e velho caipira apaixonado.
   Cada música traz um sentimento à tona, algumas em especial (massolin del fiore, a sementinha, a goteira, etc), vivificam a união da família, que em voz uníssona exalta a satisfação e o prazer da convivência fraterna.
   Quero que estas reuniões nunca acabem. Busco aprender cada música e também procuro arquivá-las para que futuramente todos tenham acesso.
   O tempo não dá trégua e as responsabilidades surgem. Quase não há tempo de cantar e tocar. Todos envelhecem, mas permanecem com espírito de criança.
   Agradeço a todos que participam destas cantorias, em especial meu PAI e minha NONA, além de meus tios e tias que possuem um riquíssimo repertório musical para proporcionar estes momentos maravilhosos de descontração e união familiar.
   O futuro fica em nossas mãos. Se depender de mim, eu e minha família sempre cantaremos à memória daqueles que sempre souberam a melhor forma de transmitir suas experiência e sabedoria.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Frase não escrita por mim #5


"O homem vangloria-se de ter imitado o vôo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 19 de agosto de 2012

Vovô,


Como é bom visitar sua casa
E tomar chimarrão.
Escutar seus 'causos'
De aventura, caçadas, pescarias e maldição.

Continue dizendo o que sente.
Uma pessoa não é eterna (infeliz isso eu digo)
Mas enquanto tu existe,
Tomarei chimarrão contigo
E escutarei sempre suas prosas.

Ao fim do dia
Muito feliz eu fico
Pois não tenho um simples avô,
Sou neto de um super-caipira!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Minha estante

Tem tantos livros
Alguns eu não leio
Outros devoro.
Mas em algo não creio:
Porque estes livros eu adoro?

Há brinquedos,
Há lembranças.
De vagos sonhos...
De alguma esperança?!

Alguns livros
Só ocupam espaços
Inquietos, agitados
Pensativos,
Bem guardados,
Esperando um leitor
Que um dia possa
Aproveitá-los.

Na minha estante,
Por todos os instantes
Minha felicidade
Fica completa
Com cada livro novo
Que à mim
Proporciona
Companhia repleta
E assim espero,
Que neste lugar
Espaço não falte
Para novas felicidades
Novos amigos
E pequenos motivos
Para a felicidade encontrar.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Feliz dia dos amigos!

As vezes perto, as vezes longe, online, e as vezes ao lado. De escola, faculdade, e do trabalho. Todas as horas podemos contar com a ajuda dos amigos.
Para pessoas em que confio, possuo laços e me relaciono, digo que são mais que amigos, mais que irmãos: São um pedaço de mim, e que quando vão embora, não há transplante que complete.
Pouco é este texto, mas contém o sentimento de um cara que valoriza as pessoas que possuem o dom e o mérito de serem chamadas AMIGOS!
Ah, e obrigado por me aguentar hahaha

Um grande abraço à todos.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Feliz sexta-seira 13!


   Peguem suas ferraduras, trevos de quatro folhas, figa, olho grego, pimenteira, sal grosso. Junte
tudo no liquidificador com meia xícara de boa sorte e sobreviva à uma sexta-feira 13.
   É sexta. Treze é apenas um número. Juntando os dois será apenas mais uma sexta.
   Não há o que temer, e nem com o que se preocupar. Apenas viva. Encararei normalmente como
um dia normal, o que não deixa de ser verdade.
   Mesmo assim espero que a sorte me/ nos acompanhe. hahaha




Arrivederci!

sábado, 7 de julho de 2012

Todos os poemas são de amor

Se o poeta falar num gato, numa flor,
num vento que anda por descampados e desvios
e nunca chegou à cidade…
se falar numa esquina mal e mal iluminada…
numa antiga sacada… num jogo de dominó…
se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo que morriam de verdade…
se falar na mão decepada no meio de uma escada
de caracol…
Se não falar em nada
e disser simplesmente tralalá… Que importa?
Todos os poemas são de amor!

 Mario Quintana

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Portas Abertas

   A vida é como uma sala cheia de portas. Para abrir cada uma destas portas, é necessário ter a chave certa, a chave que encaixe na fechadura e nos possibilite a passagem para uma nova perspectiva.
   Neste dia, atravesso uma das portas mais importantes de minha vida. É um salto pequeno aparentemente, porém de grande significância para mim.
   Uma chave pequena é capaz de abrir a maior das portas, mas para realiza-la, é necessário moldar a chave conforme a fechadura funciona.
   Assim, nossa força de vontade e nossas atitudes moldam nossas chances para entrarmos na melhor das portas. A sorte somos nós que construímos. A chave é a dedicação.

Fabiano Favretto

domingo, 1 de julho de 2012

Crônicas de um caipira


- Êita véia! Não vai acordá não?
- Prá quê véio? Hoje é dumingo!
- E o que ocê tá pensano? Que dumingo é dia de féria? Vamo é levantá, purque Deus ajuda quem cedo madruga. Não é não?
- Tá bão véio, eu levranto. Máis vê se naum me enche mais u saco tá bao? Hoje eu já tô nervosa cocê e naum quero brigá!
- Óia óia véia! Vô descê no riacho tomá banho. Prepára um café bem quentinho pra mode eu mais ocê tomá? Já vorto..
- Que café uma óva! Véio caduco. Se bem que tô com uma fóme da moléstia. Vô prepará o café só pra mim e o véio que venha prepará o café dele.

Enquanto Belarmino descia até o riacho, Francisca iniciava a preparação do próprio café.

- Mas óia esse riacho! Tá até a boca de água. Também, com a chuvarada de onte não me assusta de que teja tão cheio. Eu vô aproveitá que a água tá suja e pescá uns bagrão haha. Mas espera antes vô raspá a barba e ficá bunitão pra minha véia. Ela vái tomá um sustão hahaha.
- Máis que diacho! O Belarmino tá demorano por demais. acho que vô desce no riacho vê o que tá aconteceno.

Francisca larga os preparativos do café, deixando o mesmo no fogo, calça a bota e vai em direção ao riacho. Enquanto Francisca sai de casa, Belarmino termina de aparar a sua barba de 30 centímetros de comprimento, ficando com aparência rejuvenescida.

- Pronto! Agora tá bão.. É só enxugá a cara e vortá pra casa.

Quando nhô Belarmino levanta abruptamente, perde o equilíbrio e cai de cara no barro à beira do riacho. Segundos depois chega Francisca que assustada olha para seu marido.

- Mas que diácho mêmo! Véia?! É você? me ajuda a saí daqui!
- Quem é ocê? o que feiz co Belarmino??
- Sô eu véia! Vem cá me ajudá!

Devido à barba cortada, e sua cara suja de lama, Belarmino ficou irreconhecível aos olhos de Francisca, que fica apavorada e pega um pedaço de madeira que estava no chão e vai em direção de seu marido.

- Devorva meu marido! Devorva meu Belarmino!
- Sô eu Chiquinha! Ai ai! Pára de me batê sua véia doida!

Em um movimento desesperado de defesa, Belarmino corre para o meio do riacho, e Francisca corre atrás. Ambos caem na água.

- Seu, seu, Véééio?? E não é que é ocê memo?
- Sua véia coróca, fez moiá tudo minha rôpa..
- Belaaarmino, ocê ficô bunitão mêmo! Parece aqueles hóme chiqui que passa nas televisão da venda doseu Juca lá na cidade!
- Nem fiquei não. Mas ocê acha memo?
- Acho sim! Fico memo.
- Véia, ocê não tá de jogá fora não! O que acha da gente comemorá? Mais antes vamo toma café né..

Belarmino pega Francisca no colo e a leva em direção à casa, quando chegam perto de casa, vêem fumaça saindo pela janela.

- Véia, nosso paió tá queimano!
- Acho que esqueci o café no fogo..
- Mas nem pra faze café ocê presta né véia?
- E quem disse que o café era pra vóis mecê?
- Ahh intão é desse tipo Véia?
- É sim Véio. Tamém ocê nem parecia artista de tevelizao memo. Hum!
- Óia que pareço sim!
- Parece não!
- Sim!
- Não!
- Sim!
- Não!

Em um ranchinho, em meio à mata, sob o assovio de sabiás em bem-te-vis, um casal de velhos caipiras e ranzinzas brigam entre si. Nesta altura do campeonato já não sabem por que discutem e repentinamente ficam em silêncio.
Logo se entreolham, se beijam e andam abraçados em direção à casa fumacenta.
Antes de entrar, ambos param e Belarmino sussurra ao ouvido de Francisca:

- Chiquinha, eu te amo.


Fabiano Favretto

sábado, 30 de junho de 2012

Pensamento


"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."
                                               Carlos Drummond de Andrade


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando ganhei meu violão..

   Foi naquele mesmo ano que mudamos para Balsa Nova, 
e isso foi uma experiência diferente. Trocar de escola, é
sempre difícil no começo, porém acho muito interessante 
conhecer gente nova, com gostos diferentes.
   Após quase um ano da data da mudança, eu conheci bastante
pessoas diferentes na escola, e na sala, fiz amizades e me 
infiltrei em uma das "panelinhas".
   Era natal, ou quase. A minha curiosidade à respeito de 
meu presente era muito grande, eu não tinha a mínima idéia 
do que ganharia. Meu pai me convidou para ir à uma loja com ele.
Sem ao menos perguntar o motivo do convite, aceitei, e fomos 
para Campo Largo, calçadão da XV onde ficava a dita loja.
   A atendente veio toda sorridente perguntando qual o nosso 
desejo, e meu pai responde: "Um violão".
Meu pai sabia tocar violão, mas com o tempo, ele vendeu o violão
que tinha foi desaprendendo. Simplesmente achei que ele estava 
interessado em voltar à tocar violão, porém para minha surpresa,
o violão era para mim!
   A razão pela compra do violão até agora não sei, mas agradeço 
muito ao meu pai pelo presente. Através deste instrumento acabei 
encarando a música de uma forma diferente, dando um valor maior à
mesma, assim como aos músicos que a reproduzem.
   Motivado, tentei desvendar os segredos deste instrumento cheio 
de cordas. Confesso que logo após alguns dias de luta, desisti e 
o guardei ao lado do guarda-roupa. Uma vez ou outra e o pegava para 
tentar, era só uns 5 minutos e logo eu parava.
   Na escola, descobri que uma galera estava aprendendo a tocar 
violão também, e isso me motivou muito, encarei com mais garra e 
consegui formar meus primeiros acordes, para tocar minha primeira 
música no violão - Que país é esse. Desde aquela música, fui treinando 
cada vez mais, e ainda treino. Ainda não sou dos melhores, mas sei 
que não preciso agradar a todos. 
   Para mim, o violão é uma forma de relaxamento e também de descontração, 
serve como terapia para quem está estressado. Hoje meu violão, 
velhinho e todo riscado, porém, sempre companheiro e presente, 
ainda cumpre sua função: Proporcionar momentos de diversão para mim XD


sábado, 16 de junho de 2012

Acordou

Poema não-rimado


Quando você vê aquela pessoa
E não sente mais borboletas no estômago,
Não sente mais aroma de flores
E o tempo não passa mais lentamente..
É porque você acordou!

Quando ela passa,
Não acontece mais nada.
Nem sinos mais tocam.

A vida segue
Em ritmo acelerado,
Em meio à trivialidades.
Espero que um dia,
Eu volte a dormir
E os sinos voltem a tocar.


                     Fabiano Favretto

sábado, 9 de junho de 2012

Morte do Leiteiro


Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.

Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.

Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

                                             Carlos Drummond de Andrade

sábado, 26 de maio de 2012

Parla più piano

Parla più piano
e nessuno sentirà.
Il nostro amore lo viviamo
io e te.

Nessuno sa
la verità,
neppure il cielo
che ci guarda da lassù.

Insieme a te
io resterò,
amore mio,
sempre così.

Parla più piano
e vieni più vicino a me.
Voglio sentire
gli occhi miei dentro di te.

Nessuno sa
la verità,
è un grande amore
e mai più grande esisterà.

Insieme a te
io resterò,
amore mio,
sempre così.

Parla più piano
e vieni più vicino a me.
Voglio sentire
gli occhi miei dentro di te.

Nessuno sa
la verità,
è un grande amore
e mai più grande esisterà
                                              Johnny Dorelli


Com uma música dessa, ainda é possível que alguém goste de tchu tchá tchu tchá? 
Encontrei ela aqui:  L'Italia in Brasile

domingo, 20 de maio de 2012

Ponta de Indignação.

   Quando tudo está ruim, e parece que pior não fica, relaxe - as coisas vão piorar ainda mais. Se você pensou que este seria um texto motivacional, se enganou. A realidade na maioria das vezes é muito pior do que parece, e os acontecimentos muitas vezes nos destroem. É deprimente falar sobre isso. Foda-se.
   Queria dizer também que não importa o quão bom você seja, se estiver zicado, vai se ferrar ´por um bom tempo. Tipo eu (:
   Não sou dos melhores alunos, mas reconheço que sou esforçado em minhas tarefas acadêmicas. E o que ganho com isso? Até agora só me ferrei.
   Meu computador ano passado foi para as trevas me deixando na mão. Aliás, desde que comprei essa merda, só me vem dando problema. Só não quebro essa carroça, porque não tenho grana para comprar outro, e sei que meu pai se esforçou bastante para comprá-lo. É certo que muitas vezes este caracol com teclados me ajudou em diversas tarefas, mas parece que esse computador traz a maldição de estragar a cada final de semestre.
   Estou escrevendo este post, morrendo de medo que dê erro fatal no windows. Ontem mesmo deu tela azul duas vezes, fiquei muito puto com isso.
   No começo esse PC rodava todos os programas que eu queria e ainda jogos pesados, agora mal consegue rodar o navegador da internet.
   Sei que parece egoísta de minha parte reclamar tanto de meu computador, com tantas pessoas sem ao menos acesso à luz elétrica. Valorizo o que tenho. Sei o quanto de sacrifício minha família fez para comprar esse computador. Mas nesse estado em que se encontra não dá mais. Preciso de um novo computador, não tem como negar. Amanhã enviarei esta lata velha para o concerto, e se Deus quiser, ela voltará boa para no final do semestre eu me indignar outra vez. Hahaha já que a esperança é a ultima que morre, espero que nunca mais dê problema neste computador..


Arivederci!

Fabiano Favretto

sábado, 12 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Frase que se deve usar todo dia :D #3

"Às vezes agente é a nossa própria mãe".
                                  Christian Weckl

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Adeus Tinoco

"O corpo do cantor sertanejo José Perez, mais conhecido como Tinoco, era velado desde as 10h desta sexta-feira (4) no Cemitério da Quarta Parada, no Belém, Zona Leste de São Paulo. O enterro está programado para às 17h, no Cemitério da Vila Alpina, também na Zona Leste. Tinoco morreu nesta madrugada no Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Mooca. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele deu entrada no hospital na noite desta quinta (3) com insuficiência respiratória e morreu à 1h42. Tinoco tinha 91 anos. Por volta das 11h30, familiares, amigos e fãs de Tinoco velavam o corpo do artista." 

Carreira

"Tinoco nasceu em Pratânia, no interior de São Paulo. Com o irmão João Salvador Perez, o Tonico, formou a dupla Tonico e Tinoco, uma das mais importantes da história da música brasileira. Eles realizaram quase mil gravações ao longo de sua trajetória musical, que começou em 1935, e venderam mais de 150 milhões de cópias de seus 83 discos. A dupla acabou em 1994 com a morte de Tonico no dia 13 de agosto. Juntos, os dois realizaram cerca de 40 mil apresentações em toda a carreira. "Tristeza de Jeca", "O menino da porteira", "Chico mineiro" e "Moreninha linda" estão entre os maiores sucessos de Tonico e Tinoco.
Em 2010, Tinoco foi homenageado por Roberto Carlos durante a gravação do especial "Emoções sertanejas". Na ocasião, Tinoco completava 90 anos e 75 de carreira e, no palco, ao receber uma placa das mãos de Roberto Carlos e Chitãozinho e Xororó, afirmou que aquela era a saudação mais importante que havia ganhado por sua trajetória até então. "É a maior pelo valor humano. Sabe o que é o valor humano? É a coisa mais linda que nós temos", disse." Fonte: Globo

O Brasil Caipira perdeu seu grande representante - Tinoco. 
O homem da roça, o caipira e os que realmente compreendem o quão é importante a música caipira para o Brasil, sentem a perca deste herói, um legítimo brasileiro.
O que resta para as gerações futuras se os ícones deste estilo estão morrendo? Se os jovens levarem à frente o legado que Tinoco deixou, já fico feliz.


FAMOSOS COMENTAM VIDA E OBRA DE TINOCO

Ele era da geração da criação, ele respaldava aquela época de Cornélio Pires, Raul Torres, Florêncio, essa turma, lá por volta dos anos 40, 50, época em que o sertanejo saiu da porta do rancho e virou radiofônica. Essa história viva se encerrou hoje, o último que a representava já não está mais. Tonico e Tinoco explodiram um movimento que era restrito.
César Menotti, cantor da dupla César Menotti e Fabiano, por telefone

A viola do sertanejo hoje chora de saudade, hoje chora por alguém que vai deixar marca em cada acorde que a gente ouvir, em cada nota que tocar, em cada voz de um sertanejo, em cada frase, em cada história de quem ama este gênero... Ah! Vai ter, sim, sempre, o tom de um mestre, de dois ícones, Tonico e Tinoco. Os dois, agora, se encontram no céu, com as bênçãos de Deus.
Zezé Di Camargo, cantor, por e-mail

Ao lado de Tonico, Tinoco foi símbolo de um Brasil chamado de caipira. E, no fundo, a gente é caipira. Caipira é quem gosta de mato, a natureza, quem ama o simples, quem fala de amor sem rodeios, quem conhece a força de uma viola. Eles nos ensinaram a ter amor e orgulho por ser caipira. Brasil, verde e amarelo, mistura de cores, união de raças, hoje chora por quem tão bem representou a alma desta pátria. Nosso país é sertanejo e Tonico e Tinoco os símbolos desta bandeira.
Luciano, cantor da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, por e-mail

Nossos mestres estão partindo para outro plano. Tinoco, vá em paz e obrigado por sua existência. A música brasileira, e principalmente a sertaneja, é eternamente grata a você.
Bruno e Marrone, por e-mail

Tonico e Tinoco foram como professores para muitos músicos. Foram heróis em uma época em que não tinha internet, televisão. Os dois fizeram um baita nome na música. A perda é muito grande. Tinoco era muito humilde, não tinha quem falasse mal deles.
Milionário, da dupla Milionário e José Rico, por telefone

Morreu uma pedra preciosa da música caipira nacional: um viva e gratidão a Tinoco!
Marcelo Tas, apresentador, pelo Twitter

Morreu o cantor Tinoco da dupla Tonico e Tinoco. Gênios da música de raiz, do romantismo à moda antiga. Eu era criança, em Cachoeira Paulista, quando vi pela primeira vez Tonico e Tinoco cantando na festa do padroeiro. Nossa homenagem ao artista popular brasileiro que de canto a canto leva sensibilidade, talento, cultura.
Gabriel Chalita, político, pelo Twitter

Cresci ouvindo música sertaneja, moda de viola, tonico e Tinoco eram visitas frequentes naquelas caixas, me ensinaram muito sobre poesia...
Emicida, rapper, pelo Twitter


Pena que as pessoas boas não duram para sempre. Mas o que elas deixam, isso sim fica imortalizado. Vai com Deus, Tinoco.

"Despois que você partiu
                    
Nem viola não toco mais
                       
Eu também já vou me embora
                    
Pra onde a saudade vai."


quarta-feira, 2 de maio de 2012

O dia em que fui beijado pela calçada

   Tenho uma cicatriz de aproximadamente 4 cm na minha bochecha no lado direito do rosto. Poucos são os que notam esta cicatriz, mas querendo ou não, está ai há um bom tempo.
   Aconteceu quando eu tinha entre 7 e 8 anos de idade, e fui com minha irmã na casa de uma tia fazer não sei o quê. Nós dois e mais minha prima, que morava na casa, resolvemos andar de bicicleta. Acontece, que além do lugar ser meio zoado cheio de subidas e descidas, a gente quis andar numa bicicleta de adulto.      Primeiro foi minha irmã. Tudo certo, tudo normal. Chegou a minha vez - aí é que a cagada aconteceu D;
   Me achando o mais fodão, subi até o local mais alto do morro. Subi na bicicleta e vi que mal alcançava os pedais. Eu era o mais nanico de todos os primos. Comecei a descer a ladeira e vi que ia dar merda: Como eu era pequeno, não tinha força para puxar o freio da bicicleta.
   A bicicleta ganhou muita velocidade, comecei a me desesperar (frio na barriga). O final da rua dava em um rio, e se eu fizesse a curva, teria uma descida maior ainda e no final uma cerca de arame farpado. Quando me dei conta, minha irmã e minha prima bloquearam a descida para o rio. Virei o guidão e taquei a bicicleta no meio fio.
   Aquele momento em que a câmera dá um zoom na calçada e de repente tudo fica escuro.
Uma batida forte e eu voei. Sim, eu voei e fiz um pouso forçado de cara na calçada. Lembro de poucos flashs após isso.
   Lembro que levantei devagar, tudo estava turvo. De pé, meio cambaleando, coloquei a mão no rosto - faltava alguma coisa. Olhei para minha mão e vi que ela estava cheia de sangue. Coloquei minha mão em meu rosto novamente, e senti que tinha uma pele pendurada - me deu um arrepio. A primeira coisa que eu pensei foi: "Pronto! vou apanhar da minha mãe D; "
   Logo vi a imagem de minha irmã e minha prima vindo em minha direção. minha irmã me pegou no colo e me levou na casa de um vizinho para eu lavar a cara no tanque. Nunca senti uma água tao ardida como aquela. Após lavar a cara lá, fui carregado até a casa de minha tia, onde o pai dela estava trabalhando. Ele olhou pra mim. Lembro que quando ele me viu ficou em um tom amarelado - acho que era de preocupação.
   Fui levado para o postinho de saúde, onde esterilizaram o machucado com um negocio chamado PVPI.      Aquilo ardeu mais do que a água na casa da vizinha. Entrei numa ambulância. Só lembro da hora em que abriram a porta da ambulância e tinha umas 50 pessoas na minha casa, curiosas estas, para saber o que tinha acontecido com minha cara. Lembro somente da cara de angústia de minha mãe, toda vestida de branco e que impediram ela de entrar na ambulância. Quem me acompanhou ao hospital foi minha tia e meu pai. Chegando no hospital, entrei em uma maca pela ala de emergência - me senti importante, porque lembrei da série "Plantão Médico" que passava na época! SUAHSUHAUHS . Entramos numa sala com uma branca bem forte. Após isso, colocaram um pano encima de meus olhos e costuraram minha cara. Levei 6 pontos - eu tava parecendo o Chuck (Boneco Assassino). Sei que comi um mês por canudinho.
   Foi uma experiência e tanto em minha vida. E o que isso reflete hj em dia? Minha barba não cresce direito perto da cicatriz  (: .

Addio!  XD

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A lixeira

   Um dia, quando lhe perguntarem onde é que nasceu,
a moça poderá responder, sorrindo: “Na lixeira.” Pois
realmente foi ali que a jogaram, entre cascas de banana
e borra de café, para que não vivesse; e foi dali que a
retiraram, viva, para que desse testemunho: até numa lixeira
a vida pode começar.
   O suposto nascimento anterior, num quarto, não vale
para essa menina da Rua Pedro Américo; ele se consumou
na clandestinidade, a contragosto da mãe, talvez sem que o
pai tivesse notícia e mesmo sem que a mãe tivesse notícia do
pai. Não era desejado, não veio precedido de amor, mas de
vergonha, medo, angústia, recriminação. Quem nasce sob
tais condições negativas é como se não nascesse, e a lixeira
foi o instrumento providencial que ocorreu à mãe dessa
menina errada, para anular, em escala individual, o efeito da
explosão demográ?ca. Enquanto não se decide a construção
de crematórios para os que acabam regularmente, aí está,
para os que começam irregularmente, o incinerador do lixo
doméstico. Nem seria preciso queimar a menina, com os
demais detritos da casa. A morte viria logo  – necessária,
oportuna, benfazeja.
   Mas, naquele dia, a lixeira reagiu de forma
imprevista, abstendo-se de cumprir a missão que já tantas
mães solteiras, desesperadas ou não, lhe con?aram. Ficou
surda aos argumentos sociais, morais e econômicos que
demonstram a inconveniência de salvar-se uma vida de
origem equívoca e de custeio incerto. Guardou a menina
como a lixeira pode guardar, sem qualquer cuidado higiênico
ou resquício de conforto, mas guardou-a. Não lhe abafou o
chorinho com o desmoronamento de um pacote de restos de
cozinha, ou a queda de uma lata vazia de pessegada sobre a
cabeça. Na verdade, estimulou-a a chorar e bradar, dandolhe
ar pútrido e temperatura de fornalha, para que melhor
protestasse e atraísse, pelo sofrimento revoltado, a atenção
do faxineiro.
   E chegou o faxineiro e tirou daquelas entranhas
a recém-nascida, como o obstetra faz o parto. Estava
nascendo, na porcaria, uma criança; e outro menino não
nasceu, faz muito tempo, num cocho de comida de animais,
no estábulo, entre o farelo e o milho? A lixeira pode fazer
as vezes de maternidade, berçário moderno para a vida que
quer manifestar-se de qualquer modo e não encontra outra
saída. O obscuro humanitarismo, a piedade e a simpatia
dessa lixeira, não salvaram, criaram a vida. Foi lá que a
criança verdadeiramente nasceu, quando os seres humanos,
a ordem econômica e os últimos preconceitos lhe negaram
ou lhe impediram a existência.
   A menina, mais tarde, poderá dizer com alegria
reconhecida: “Devo minha vida a uma lixeira, foi nela que
vim ao mundo.” E nós também devemos alguma coisa a essa
lixeira: a lição de respeito à vida.

                                                                    Carlos Drummond de Andrade



   A vinda de uma criança ao mundo é coisa séria. Após nascer,
a mesma tem o simples direito à vida. Mas porque nem sempre
esse direito é respeitado?
   E as que não chegam a nascer? São abortadas do útero da "mãe"
por motivos em maioria fúteis e cruéis. Que mal esta criança fez?
   Ninguém tem direito de tirar a vida de seu semelhante, seja este
recém nascido, ou apenas um embrião.
   Infelizmente, isto sempre existirá. Talvez houvessem meios
por onde as pessoas se conscientizassem à respeito disso, de
dar valor à vida de uma criança. Ou então uma campanha mais eficaz
de prevenção à gravidez através de métodos contraceptivos evitaria
que muitas vidas começassem por um mero descuido.
   Se fizer filho, crie-o. Não abandone um inocente para que o mesmo
ache seu fim antecipadamente.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pôr do Sol em Balsa Nova



A qualidade está ruim porque tirei esta foto com meu celular rsrsrs :x
Mas acho que mesmo assim ficou legalzinha (:

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Relógios e Beijos

Vagando pela internet, acabei achando esse poema do Alvares de Azevedo:

RELÓGIOS E BEIJOS



Quem os relógios inventou? Decerto
Algum homem sombrio e friorento:
Numa noite de inverno, tristemente
Sentado na lareira ele cismava,
Ouvindo os ratos a roer na alcova
E o palpitar monótono do pulso.

Quem o beijo inventou? Foi lábio ardente,
Foi boca venturosa, que vivia
Sem um cuidado mais que dar beijinhos...
Era no mês de maio. As flores cândidas
A mil abriam sobre a terra verde,
O sol brilhou mais vivo em céu d'esmalte
E cantaram mais doce os passarinhos.

(Tradução - Henrique Heine)


Encontrei isso no Blog Alvares de Azevedo

Frase que se deve usar todo dia :D #2


"Um príncipe jamais se divertirá como a Plebe"
                                                       Nikolas Godoy

terça-feira, 3 de abril de 2012

Frase que se deve usar todo dia :D


"Relaxa! A vida é uma só!"
                                            Henrique Faitta           

terça-feira, 27 de março de 2012

Os brasileiros e suas "Gambiarras"

Não existe povo mais criativo do que o brasileiro.
O brasileiro tem a capacidade de encontrar soluções
criativas para seu problemas corriqueiros, criando
engenhocas para concertar ou improvisar algo de que esteja
necessitando.
Essas invenções, compostas de materiais mais aleatórios
possíveis, mostram a capacidade de adaptação e de
engenhosidade que um povo pode ter.
Pode não ser bonito, mas tenha certeza que funciona! haha
Prova disso é a gambiarra que meu pai fez para mim esse final
de semana: Um suporte de câmera para Stop Motion, feito de vara
de pescar, e um parafuso na ponta para segurar a câmera. Ainda
essa gambiarra possui três níveis de regulagem para altura da câmera!

E detalhe: a base é uma lata de tinta cheia de terra.

 Espero que os brasileiros nunca percam essa qualidade inventiva
que facilita tando as nossas vidas. Devemos nos orgulhar disso, pois
essa qualidade que é realmente nossa, e somente nossa: a de
produzir gambiarras!

Quando ela passa!

Ouço sinos insistentes a tocar,
Melodias de uma doce nota,
tal qual a leveza de seu andar.

                     Fabiano Favretto

segunda-feira, 26 de março de 2012

Adeus João Mineiro


"O cantor sertanejo João Mineiro, de 76 anos, morreu no fim da noite deste sábado (24), no hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, São Paulo. Ele estava internado desde segunda-feira (19) depois de ter passado mal em sua casa em Campo Limpo Paulista, cidade vizinha de Jundiaí. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da dupla João Mineiro e Mariano.
O cantor ficou conhecido com a dupla João Mineiro e Marciano. Nos últimos anos ele fazia dupla com outro cantor sertanejo, Mariano."                   Globo

João Mineiro foi um grande ícone da musica caipira e fará muita falta. Porém, deixa um grande legado de músicas que nunca devem ser esquecidas, dentre as mais famosas destacam-se: Ainda Ontem Chorei de Saudade, Crises de Amor, Telefone Mais, etc.
E você que curte Michel Teló, Luan Santana e afins, e acha que  Música Caipira é coisa de gente burra e sem cultura, é melhor revisar suas teorias e estudar história da música, porque infelizmente, a origem dessas músicas que vocês escutam, tem como antecessora a Música Caipira.
Fico triste com as emissoras de TV que não comunicaram o falecimento deste ilustre cantor. A música brasileira perde não somente uma grande voz, mas também uma grande personalidade de sua Música Raiz.

Aqui deixo meu adeus a mais um gênio, e espero que este jamais seja esquecido.




"Enquanto a Música Caipira existir,
a defenderei com unhas e dentes."

quinta-feira, 22 de março de 2012

Meu dia tem 18 horas!

Meu dia tem 18 horas! Estranho seria se tivesse 24.
Meu dia passa mais rápido do que qualquer um.
Cada noite durmo menos e a cada dia estudo mais...
...E viajo mais.
Quando criança, ano parecia uma década, mas hoje,
o ano parece poucos meses.
Preocupações - Responsabilidades - Correrias.
O tempo se esvaindo por entre meus dedos.
Acho que vou comprar um relógio com mais horas!
Quem sabe essa necessidade por tempo livre não passa?
 Fabiano Favretto 

domingo, 18 de março de 2012

Suspiros e Devaneios.

Sonhando acordado, e
Em suspiros as lembranças
De coisas nunca realizadas..

Mas Ela passa!
Coração, porque bates mais forte?
Seria vontade de ficar perto dela?
Sensação de um coração solitário
Que em alguém busca conforto
Para que seja ela sua amada.

Lábios rosados e delgados,
O caminho dos lábios meus
Como queria que encontrassem.
Em agonia torturando-me
Noite e dia observando
Em silencio tênue sua passagem.

Quem dera Eu, simples mortal,
Poder em meus braços aconchegá-la.
Sei que nunca a alcançarei
Mas em devaneios existindo
Como no ato de um suspiro,
Em meus sonhos a encontrarei.
                                               
Fabiano Favretto

sexta-feira, 16 de março de 2012

Dia de Frio...

..É dia Perfeito

-Tomar chá
-Ler um livro
-Assistir um filme
-Comer pipoca
-Relaxar..
-Pensar em tudo
-Não esquecer nada.
-Escutar música
-Escrever
-Tomar vinho
-Compor uma música
-Cozinhar
-Degustar - A comida - A vida
-Pensar
-Desejar mais um dia de frio

E fazer tudo isso em companhia de uma pessoa especial..

domingo, 11 de março de 2012

Frase não escrita por mim #4


Não preciso me drogar para ser um gênio; 
Não preciso ser um gênio para ser humano; 
Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.
                              Charles Chaplin

quinta-feira, 8 de março de 2012

Feliz dia da Mulher!


MULHERES IRRITADAS

Adoro mulheres irritadas
Bravas
Explodindo de raiva

Poucas coisas deixam uma mulher tão sexy,
Tão charmosa, 
E tão convidativa ao prazer
Quanto aquele olhar possesso,
Aquele ar de que vai quebrar tudo
E mandar o mundo pelos ares
Pelo simples fato de que algo não saiu ao seu gosto
Ou a contento seu

Mulheres assim são mais donas de si
Mais donas do mundo
E dos homens também
Tanto mais quando se sabe que por que por trás de tanta raiva, de tanta fúria,
Há sempre um encanto de mulher
Que apenas espera receber exatamente o que ela quer
E merece:

Todo o carinho,
Toda a atenção,
E todo o amor que existe!
Augusto Branco




Feliz dia da mulher, e obrigado por sua existencia! (;


domingo, 4 de março de 2012

Cemitério do Contestado



   "O Cemitério do Contestado é um marco da história brasileira, principalmente no que diz respeito aos episódios que passaram a ser conhecidos como a Guerra do Contestado.
   O local onde hoje se encontra o cemitério era próximo a uma extensa área à margem direita do Rio do Peixe, mais precisamente, no que era denominado por Banhado Grande. Neste terreno já existia um pequeno cemitério. A região era disputada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e pela Argentina.
   Houve, na noite de 22 de outubro de 1912, o confronto entre as tropas do Regimento de Segurança Pública do Paraná comandados pelo coronel João Gualberto e os caboclos, comandados pelo monge José Maria. Este confronto entrou para a história como sendo o primeiro combate da Guerra do Contestado (1912 - 1916) demoninado de "Combate do Irani". Na ocasião morreram, entre outros, o coronel e o monge. Ali foram enterrados o coronel e outros 21 corpos, entre caboclos e militares, no que foi chamado de "vala dos 21". O monge José Maria foi enterrado em separado.
   O corpo do coronel João Gualberto permaneceu enterrado por apenas três dias e logo após foi transladado para a capital paranaense.
   À partir deste episódio o local entrou no esquecimento até ser reconstruído, no final da década de 1970, por ocasião da construção da uma rodovia. Nas escavações para esta obra foram encontrados, numa vala comum, os restos mortais dos personagens que tombaram na longínqua noite da primavera de1912.      Diversas cruzes de madeira, a maioria sem identificação, indicam as sepulturas de vítimas da guerra. Até meados da década de 1990 os moradores da região podiam sepultar seus entes no local; mas atualmente o cemitério é considerado campo histórico, não sendo mais permitida a abertura de novas sepulturas.
   Mesmo sabendo que os corpos dos comandantes do episódio, de ambos os lados, não se encontravam entre as ossadas achadas na vala comum, foram instaladas lápides para o monge José Maria e para o coronel João Gualberto no cemitério." Fonte: Wikipedia



Eu tive o privilegio de visitar o cemitério no mês de janeiro deste ano, e tirei algumas fotos :D






"Ao desfecho final onde não faltaram cadáveres mutilados, onde sobraram jovens, jovens que não fizeram adultos, adultos que não tiveram graça de alcançar a velhice."