sexta-feira, 31 de outubro de 2014

À minha Balsa Nova

O município onde vivo
É o melhor do meu país.
De lá não sou nativo,
Mas lá eu sou feliz.

A minha Balsa Nova
Pelo Rio Iguaçu banhada
Prospera, se renova
Em terra boa encantada.

Balsa Nova dos Papagaios,
Do Mirante do Cristo admirada.
Pela Ponte dos Arcos
Teve sua assenção presenciada.

A Balsa Nova que conheço,
Tem gente querida e hospitaleira
Que com alegria e apreço
Defende a sua nobre bandeira.

Balsa minha, município querido:
Esta Balsa Nova é meu lar.
Mesmo que aqui não tenha nascido,
Deus permita minha vida aqui findar.

Fabiano Favretto

Cabelos dourados

A moça dos cabelos dourados
Vai longe com passos apressados.
Tem objetivo certo em sua mente
Fazendo seu caminho com andar contente.

Decidida a praça cruza
Olhando o relógio que as horas acusa.
Decerto tem compromissos,
Mas talvez não haverão imprevistos

Pois com passos apressados
Vai a moça de cabelos dourados.

Fabiano Favretto

Amanhã

Amanhã, amanhã
O que será?
Se eu não ver
O seu sorriso?

Amanhã de manhã
O que virá?
E no entardecer, 
Tão impreciso?

Desde que
Eu tenha você
Desde que
Eu veja você.

Podem cair as estrelas,
Pode findar em fogo a Terra.
Pode ter uma terceira guerra,
Podem secar flores singelas..

Posso viver

Se amanhã
Eu ver você.

Desde que amanhã
Eu tenha você.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Acontece.

O universo conspira
E o destino é célebre.
O meu cérebro pira
E não entende o que deve.

As coisas acontecem
Contra a minha razão.
Os sentimentos perecem
Por eu não ter evasão.

Se não há destino,
Não hei de correr.
Se não há objetivo,
Por que hei de sofrer?

Cansei de esperar
Pela justiça que não vem.
Comecei a suspeitar
Que ser bom não convém.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

No momento

No momento
Num lampejo,
O que eu mais quero
É o seu beijo.


Fabiano Favretto

Eu digo:

Não tenho paciência nem vontade
Para discutir hoje sobre qualquer coisa.
Não tenho medo nem piedade
De pessoas que não tenham mente precisa.

Repudio qualquer forma de extremismo,
Atos gerados pela ignorância.
Não desperdiçarei minhas palavras a esmo
Contra frases pobres sem relevância.

Não me afastarei de amigos
Por terem uma opinião diferente à minha.
Eu não criarei inimigos
Por seguirem qualquer outra linha.

O cenário é preocupante,
Mas hoje em dia qual não é?
Nesse incerto tempo andante
É difícil manter-se de pé.

Tenho opinião formada.
Não venham dizer o que é bom ou ruim.
Todos aqui nesta jornada
Com certeza terão o mesmo fim.

Pela esquerda ou direita.
O caminho perigoso é o do meio.
Se a liberdade de sua vós é feita,
Aja e mostre o porque veio.

Aja com serenidade
Sem esse ódio no coração.
Se odiando em comunidade,
Como preservaremos nossa nação?

Fabiano Favretto

sábado, 25 de outubro de 2014

Atirei

Atirei
Para todo o lado
Mas acertei
Um tiro atravessado

No coração seu,
O meu tiro ricocheteou.
E não prevaleceu
O amor que já findou.

A mira minha
É incerta, imprecisa.
O tiro tinha
Minha alma indecisa.

Fabiano Favretto

Molhado

Um projeto de vida
Bom como a uva:
O que eu queria,
Era beijar na chuva.

Fabiano Favretto

Pensando

Penso nos seus beijos:
Dia e noite os desejo.
Penso na sua boca:
Toda ansiedade é pouca.
Penso nos seu corpo:
Isso me deixa louco.
Penso em você.
Mas não a tenho... Por quê?

Fabiano Favretto

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Falácia


Às vezes questiono
A minha propria sanidade
Por acreditar nas loucuras tortas
Da falsa capacidade.

Me pergunto o por que,
Desta doença da esperança,
Se aqui jamais sopraram
Os nobres ventos da mudança.

Pedra na cabeça
Daqueles que questionam.
Antes fossem em meu caminho,
Mas até elas me abandonam.

Foda-se qualquer merda
Que não me faça ver direito.
Foda-se esta falácia:
"Tudo é bom, tudo é perfeito".

Fabiano Favretto

Estou

Estou ansioso,
Precipitado
E temeroso.

Temo
Em ansiar-me
E precipitar-me.

Ansio
Por não temer
E precipitar.

Me precipito
Ao ver que temo
E ansio.

Estou realmente
Ansioso,
Precipitado
E temeroso.

Fabiano Favretto

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Segredo.

Gosto de falar sobre o amor,
Embora eu não saiba nada sobre.

Fabiano Favretto

Refusando

Fracassei
Em fracassar
Quando quis
Deixar de te amar.

Mas deixar-te
É impossível.
E não amar-te,
Inadimissível.

Refusando,
A mim mesmo
Recuando,
Fiquei a esmo.

Fabiano Favretto

Chora

Madeira e cordas
Justapostas.
No braço
De minha viola
Notas contrapostas.

Soam melodias tristes
Sobre céu, terra, mar,
Tudo que existe.

Mas eu não choro..
Chora viola.

Fabiano Favretto

domingo, 19 de outubro de 2014

500!

Eis que agora chego no...

E que venham muitos mais durante minha vida.
haha

Fabiano Favretto

Late

Meu cachorro
Se chama Chocolate.
Gritei o nome dele,
E entendi somente:
Late late late.

Ele latiu?


Fabiano Favretto

Mais alguns textinhos de meu pai (:

Aqui alguns textos de meu pai:

Estávamos sozinhos. Pensei em tomarmos
Uma taça de vinho.
Mas por que vinho,
Se eles são tintos, brancos ou rosê?
Não importa!
Desisti de entender, servi duas taças de vinho:
Uma para mim e outra para você.

Sergio Luiz Favretto


E mais esse:

Vi lindas rosas quando olhei pela janela.
Mas por que rosas, se elas são vermelhas,
Brancas e amarelas?
Não importa. Colhi para você, das rosas,
A mais bela.

Sergio Luiz Favretto


Agradeço novamente a meu querido pai, por permitir postar seus textos aqui em meu espaço.

Eu acho que...

...O amor não é exatamente como estes dos filmes e novelas. O amor acontece quando durante a manhã se dá o primeiro beijo amargo e seco. O amor acontece quando o casal senta um ao lado do outro, e juntos contabilizam as despesas da casa. O amor acontece quando marido e mulher lutam diariamente pelo bem da família. O amor acontece quando as adversidades se tornam o combustível da união. O amor real acontece e meio aos espinhos. Se é amor realmente, nas dificuldades ele há de permanecer.

Fabiano Favretto

sábado, 18 de outubro de 2014

Pernilongo chato

Eu sou
Aquele pernilongo chato
Que sobrevoa todo o seu corpo
Mas pica somente
Entre meio seus dedos.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Pedala

Ela
Pelada
Pedala.
Minha
Magrela
Sem freio
Sem nada.

Fabiano Favretto

Enseada

Neste mar navego:
É tanda onda, água, imensidão.
A este mar eu me apego
Ao claro da luz, som de trovão.

Por esta praia eu ando:
É tanta areia ao meu redor!
Nesta praia estão meus planos
De tornar-me cada vez melhor.

Neste oceano de meus dias
Há tanta dor, tanto penar.
E nesta praia de alegria,
Da esperança faz-se o lar.

Meu coração já é pequeno,
Para nele oceano habitar.
Mas na enseada do teu abraço,
Há dor que possa eu não suportar?

Fabiano Favretto

Escrevi para você

Escrevi para você
Uma canção de amor.
Mas não a cantei
Por existir ainda rancor.

Escrevi para você, também,
Um soneto ao luar.
Para que nas noites frias
Tenha algo a me consolar.

Escrevi para você uma epopéia
Com rimas fracas de significado:
A cronolologia desse amor
Sujo, frio, e resignado.

Fabiano Favretto

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Viajante

Sou viajante
De última hora
Que chega logo
E que já vai embora.

Sou viajante
Do tempo e espaço
Do tempo presente
E do espaço em pedaço.

Sou viajante
E viajo assim:
Nessa viajem constante
Que um dia terá fim.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Deixe-me escrever

Deixe-me escrever,
Vejamos..
Sobre você!

Acerca de te querer,
Enganos,
E amor precoce.

Sobre o amanhecer,
Desenganos
E a falta de sorte.

Sobre sobrescrever
Os planos
E evitar a morte.

Acerca de esquecer
Cotidianos,
Erros atrozes.

Fabiano Favretto

Poeira

Por essa estrada de chão
Eu tenho passado.
A poeira da imensidão
Tenho levantado.

O pó da minha existência
Tem abaixado,
Mas em sua nobre essência,
A estrada tem me ensinado.

Fabiano Favretto


Estrada para a casa do Vovô

sábado, 11 de outubro de 2014

Geometria

Vértices e arestas,
Sólidos geométricos
O teu corpo.
Um poliedro,
Com faces múltiplas.

O quadrado de seus catetos
São o dobro 
Da minha força.

Se meu sentimento
Não fosse geométrico,
Certamente morreria
No quadrado 
De sua hipotenusa.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Me larga!

Ela chega sem aviso
E domina meu corpo.
Tento evitar,
Mas sua força é descomunal.

Ela me esgota
A ponto de eu não querer
Mais nada.
Absolutamente nada.

Por algum tempo
Permanece afastada,
Mas chega um dia
Em que ela me visita..

E não larga tão cedo!

Quando estou com ela,
A temperatura sobe.
Mesmo que pareçam estar
-10 graus fora das cobertas.

Ja peguei ela várias vezes,
E também sei que ela
Já dormiu com muitas pessoas.
Sempre estou a dispensá-la,
Mas hora ou outra ela voltará.

Gripe desgraçada!

Fabiano Favretto

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Truco

A primeira é deles,
E trucar na segunda é tenso.

Meu parceiro quer trucar,
Mas eles erguem pra seis tento.

Tenho o 3 para segunda,
E meu parceiro tem o "copa".

Mas e se eles tem o "gato"...
Aí corremos dessa joça.

Meu 3 de ouros faz a segunda
Meu parceiro se prepara:

Berra truco, e tem resposta:
- SEEEEEIS SEMENTE, GURIZADA!

Mando cortar e sai o espada.
É só alegria no momento

Berramos alto na bancada:
NOVE, NOVE, NOOOOVE TENTO!

Mandam cortar e logo desanimam
Ao verem a carta do meu parceiro

Acho que no mínimo eles erraram
Achando que éramos "facãozeiros".

 Fabiano Favretto

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Afogado

Mas será que desmancha
O meu castelo de areia?
E será que me encanta
O canto da sereia?

Para onde vão as ondas
Ao som da arrebentação?
Vão sós e sem delongas
Para a arrebatação?

O vento é que tem a culpa,
Ou são as ondas egoístas?
Levam dos frutos da vida a polpa,
E da mente palavras otimistas.

Onda pastora das conchas,
Neste terreno infértil habitado.
Da vida difícil debochas
Mas teme ao lembrar o passado.

Mas quando chega a noitinha,
Podem soprar os fortes ventos.
A força que vês é só minha
A maré vem servir de alento.

É mesmo forte
A maré que a noite chega:
Mas com grande sorte,
Ela vem e me aconchega.

Nesta fria madrugada,
Restam conchas e detritos.
E na areia encharcada,
Sofre o meu coração aflito.


Fabiano Favretto

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Os 4 momentos de uma manhã de segunda-feira

1 - Negação:

Quando o celular desperta e você não consegue admitir que segunda-feira chegou.

2 - Frustração:

A raiva momentânea e a vontade de não ir trabalhar.

3 - Aceitação:

Acabo por me conformar e levanto rápido da cama, pois preciso pegar o ônibus.

4 - Arrependimento:

Deveria ter ficado dormindo.

Fabiano Favretto

domingo, 5 de outubro de 2014

Mas,

Para onde?
Para onde fugir?
Se aqui triste eu fico
Minha alegria é de ir.

Mas,

Para onde?
Para onde fugir?
Se daqui eu desisto
O que me resta é partir.

Mas,

Para onde?
Para onde fugir?
Para traz tudo eu deixo
Menos deixar de sorrir.

Mas,

Sorrir onde?
E quando sorrir?
Se saudades eu sinto
Mesmo antes de partir?

Fabiano Favretto

Nós

Nós.
Nós que não se desamarram.
Nós não nos amarramos.
Nós com nós cegos
Em nós mesmos
Nos encontramos.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Crônicas de um Caipira #8

Para Nhô Filisbino, o dia de hoje é triste, frio e cruel. Mas carrega consigo esperanças.

O caipira, coitado, derramava as lágrimas quentes sobre a madeira gelada que estava a serrar.
É madrugada de domingo, e o Sol preguiçoso, custa a nascer. Ele não quer que nasça.
Com tábuas e pregos, vai tecendo a estrutura. Martela, bate e queixa-se do frio.
Ele pega uma pá e começa a  fazer uma cova. O trabalho o deixa satisfeito, mas lembra-se que o dia é triste.
Às 6 e meia da manhã os raios solares iluminam a estrutura em formato de caixão.

O dia amanhece, e antes que sua esposa acorde, ele volta à sua casa e deita-se à cama. Poucos minutos depois, Nhá Gertrudes acorda.

- Ô véio, ocê não cumprou a cama pra minha mãe inda? Ara, ela chêga hoje ômi.

- Num precisa não véia! Eu mêmo que fiz a cama. Tâmo meio sem dinhêro.. a prantação de cebola esse ano num deu boa não. Mais, como adoro minha sogrinha resorvi fazê uma surpresinha. Tenho certêza que ela vai caí dura de felicidade. 

- Crédo veio! Num diz isso não!

- Ué! Pode acontecê.. Ela pode gostá taanto da cama, que se batê as bota, vai querê sê sepurtada juntinha com a cama. Pois é. E como sô um cara previnido, fiz até um quarto pra ela!

- Como assim, véio? Exprica direito isso!

- Num é iguar aqueeeles quartão que tem na casa do barão lá.. Mais até que tem uns sete parmo de artura! 

- Sete parmo? Ocê feiz uma cova pra minha mãezinha? Foi? Seu bocó de mola!

- Eita lasquêra! Muié que só recrama mêmo! Se quisé dêxo uns quatro pármo só...

Fabiano Favretto

Pura

Manga madura,
Margaridas e açucenas.
Você é a fruta pura
Que o meu coração anseia.

Pena e pergaminho,
Caligrafia em nankin.
Vou escrevendo o caminho
Que lhe traga até a mim.

Estrada sinuosa,
Cerca, rio e barranco.
Com nota virtuosa
Na minha voz seu nome eu canto.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Não sei

Não sei,
Deve ser coisa minha:
Errar quando estou certo
E não errar quando podia.

Não sei,
Mas é bem sua cara:
Acertar enquanto erra.
Mas errar é coisa rara.

Não sei,
Deve ser o nosso jeito:
Nada certo
Nem perfeito.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

5 minicontos de terror contemporâneos e cotidianos.

1 - Tirou o extrato bancário de sua conta e viu seu saldo negativo.

2 - Andava até o trabalho quando escutou uma trovoada. Estava sem guarda-chuva.

3 - Desceu a ladeira de bicicleta. Estava sem freio.

4 - Trancou o carro com a chave dentro.

5 - Segunda-feira: Que prova?

Fabiano Favretto

Outubro

Outubro chega apressado
Deixando para trás,
Setembro finado.

Que seja este outubro,
Um mês excelente
Para que todos em tudo
Tenham alegrias frequentes.

Que seja mês de bonança,
Para que ao final, juntos,
Tenhamos força e esperança
De começar tudo de novo.

Fabiano Favretto

Guarda-roupa

Sinto calor e frio
Nesta meia-estação.
Um gelo de escritório
E lá fora um solzão.

Não sei se uso blusa,
Ou uso bermuda.
De manhã o frio abusa
E à tarde o tempo muda.

Como posso precaver-me
Em uma estação assim tão louca?
Estou querendo trazer
Ao trabalho meu guarda-roupa.

Fabiano Favretto