domingo, 31 de julho de 2016

Eu costuro as partes!

Todo poeta deveria ser
Monstro de Frankenstein.
Mas de um jeito diferente:
Ter olhos de Drummond,
As mãos de Bilac;
Ter a boca de Pessoa,
E estômago de Augusto dos Anjos;
Ter o nariz de algum poeta
Alemão já esquecido,
E um braço de outro poeta
Que ainda nascerá.
Ter os ouvidos de Cecília Meireles
Seria perfeito!
Mas o peito, 
O peito do poeta 
Deve ser aberto
E anônimo.

Fabiano Favretto

Imagina se escapa...

Toda esta cólera
Presa somente
Por uma coleira.

Fabiano Favretto

sábado, 30 de julho de 2016

Quilópode

Sombra da palmeira,
Eterna centopeia
A escalar parede imaginária.

Fabiano Favretto

Copo vazio.



Álcool em meu copo,
Meu copo sobre a mesa.
Já tomei o aperitivo,
Agora falta a sobremesa.

Álcool em meu corpo,
Meu corpo sobre a mesa.
Já tomei o definitivo
Agora falta a surpresa.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Pobre de espírito que nada!

Por que fantasmas preferem
Assombrar mansões?

Fabiano Favretto

Problema de hardware?

Como rodar um amor
Com gráficos 4k
Neste coração
Sem placa de vídeo?

Fabiano Favretto

Melhor pé que coração

Queria ter nascido
Um pé de urtiga,
Para ter queimado
Pé de moça bonita,

E fazê-la recordar
De mim enquanto chora:
"Ai meu calcanhar!
Que droga de urtiga!"

Fabiano Favretto

Matéria escura

Eu ando cheio de "vazios".
Tantas são as ausências
Que quanto mais existo,
Menos sou.

Fabiano Favretto

Moluscos na cabeça

Ostracismo
E ociosidade:
O tempo é
A sórdida pérola
Entre os parênteses
De minha vida.

Fabiano Favretto

Entroncamento Oblíquo

Depois de tanto fingir,
Quem sabe fosse interessante
Eu escrever algo aqui.
Mas depois de tanto agir,
Quem sabe fosse relevante
Eu talvez sair daqui.

Fabiano Favretto

terça-feira, 26 de julho de 2016

Entrepáginas

No começo era o prefácio,
E no final tornou-se a conclusão.
Ao meio foi texto ignóbil,
Destinado somente à reclusão.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Muita!

01010000 01101111 01110010 01110010 01100001 00101100 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01110011 01100001 01110101 01100100 01100001 01100100 01100101 00100001 00001010 00111011 00101000

Fabiano Favretto

indoor

Escrevo na porta.
Importa?
Não
in porta.

Fabiano Favretto


Sequelas

Não sei se foi o vinho,
Não sei se foi a ausência.
Não sei se faltou carinho,
Mas bateu a abstinência.

Não sei se foi o frio,
Não sei se foram as estrelas.
Não sei se fui irrisório,
Mas deixou-me grandes sequelas.

Fabiano Favretto

Pena Branca e Xavantinho - Cantiga do Arco-Íris

Gostei desta música :)




Fabiano Favretto

Batida?

Que viola que nada!
Que som de violão?
Gente alienada...
Agora é só batidão.

Meu sistema é antigo,
É do "tempo do zagais"
Por isso indago, meu amigo,
Vamos ver quem sabe mais!

Talvez eu seja xucro,
Um caipira do interior.
Ando de pé sujo,
Não me sinto superior.

Eu aprendi bastante coisa
Que a natureza ensinou.
E você, diz  frase concisa?
Não, só titubeou.

Rimas simplesinhas,
Não sei falar difícil.
Minha rima é precisa
Sua batida é imbecil.

Nada contra ninguém,
Ouçam o que quiser!
Espero que saibam bem,
Respeitar o que eu disser.

Fabiano Favretto




Telescopiando-me

Queria um coração de Plutão,
Gelado, abaixo de zero.
Porém sou feito de mercúrio,
Alto fogo em combustão.
Queria coração de Plutão,
Que nem planeta mais é!
Diminuir meu coração,
Pra ninguém mais botar o pé!

Fabiano Favretto

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Maré baixa

Quando você acha
Que a vida guinou,
Tua cara racha
Pois viu que se enganou.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 20 de julho de 2016

e chegou a 1000, quem diria!

E agora,
O post de número
1000!!!

Mil razões para escrever,
Mil vezes cá escrevi.
Mil de mim a descrever
Que nem me achei aqui.

Mil são os motivos,
Mil são as razões,
Mil posts consecutivos!
Me desculpem os bordões.


Como quem lê, aguenta ainda?
Que venham mais 1000!

Obrigado a todo(a)s que dão uma passada por aqui *-*

Fabiano Favretto

999

Quem me vê,
Quem me viu.
Só mais um post
E eu chego a mil.

Fabiano Favretto

Triste

Tristeza:
Profunda fonte
De inspiração.

Fabiano Favretto

Saudade?

Saudade?
Não lembrava que era assim.

Fabiano Favretto

terça-feira, 19 de julho de 2016

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Inércia

Explicando:
Inércia é aquele "não"
Que você levou
Da moça bonita
No ensino médio.

Fabiano Favretto

domingo, 17 de julho de 2016

Joguinho Top - Nautical Life

Um joguinho desenvolvido por um amigo meu é muito divertido!

Vejam só:


Para baixar, basta acessar o link:



Aproveitem! Garanto que se divertirão ;)

Abraço pro Nikolas, meu amigo! Parabéns pelo trabalho O/





Dai-me

Dai-me
O poder da ignorância,
Pois somente os tolos são felizes.
Tolo que é tolo sempre aceita.

Dai-me
O poder da alienação,
Pois somente os ingênuos sorriem.
Ingênuo por si próprio vai para o está no céu.

Dai-me
O poder da passividade,
Pois somente pois somente os submissos chegam ao fim.
Submisso que é submisso cala sempre.

Dai-me
O poder do consentimento,
Pois somente os conformados não se arrependerão.
Consenso em consenso, tanto faz morte ou vida.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 15 de julho de 2016

E a tocha passou por Campo Largo...

Abaixo, um textinho de autoria de meu pai:

A tocha passou por Campo Largo, e como por milagre acabaram-se os problemas: acabaram os desempregados, a segurança melhorou – já não tem mais bandidos, a educação passou a ser a melhor do Brasil, baixaram-se as tarifas de água, luz e telefone; a saúde tem um atendimento de referência no Paraná, as ruas de toda a cidade estão impecáveis, os políticos só pensam no povo, todos os campo-larguenses tem moradia própria, e já não falta pão na mesa dos pobres. 
Estes são alguns dos milagres da tocha...


...Pobre povo alienado!

Sergio Luiz Favretto

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ao tio Zé



O que dizer sobre os churrascos
Nos domingos de festa?
Este não tem mais o gosto de outrora...
O tempero era sua presença.

Onde ficava o caminhão estacionado,
Agora somente o vazio habita
Como se tivesse apenas viajado
Mas sabemos que foi viagem sem volta.

Tio Zé, viajou até as nuvens
E deixou para nós este vazio.
Lembraremos para sempre de ti,
Meu tio querido!

Gostava tanto da música raiz,
Gostava tanto da natureza!
A liberdade o deixava feliz
Reunir a família era sua riqueza.

E agora a viola,
Mesmo que cordas troquem,
Mesmo que as cordas toquem
Não terá mais aquele som.

A viola que me destes,
Ainda continuarei tocando
Porém notas tristes;
Viola está chorando.

Fabiano Favretto


Música que fala por si própria

De Raul Seixas,
Por Cássia Eller - Metrô Linha 743


Fabiano Favretto

terça-feira, 12 de julho de 2016

Micro história #2

No brejo o sapinho,
A mãe
O chamava de
"Meu príncipe".

Fabiano Favretto

Micro história #1

Era burro.
Andava de máscara,
Florete e capa.
O chamavam de Zurro.

Fabiano Favretto

Ka-Boom

N de navio
F de fogão
P de pavio
E de explosão.

Fabiano Favretto

sins

Sujeito 
Solitário
Ávido colecionador 
De "nãos",
Após ouvir 
Um sim
Desfez-se
De toda 
Sua coleção.

Fabiano Favretto

Pecaminosa

A fruta do pecado é a manga.
Nunca foi a maçã.
Manga, polpa, doce
Adoça toda amarga manhã.
A manga esconde mistérios,
E na língua conta segredos.
A manga dá água na boca
Cada mordida é um pecado.
A manga, fruto da luxúria
Por sob a casca esconde
Toda forma doce de volúpia.
E o caroço da manga,
Pronto para surpreender
Abaixo da polpa macia
Vive a se desprender.
A língua roça a macia superfície
E os lábios apertam com vontade
Gozando-se em cada nota
De profano paladar.
Ao olhar-se no espelho,
Contempla-se a boca lambuzada
Fiapos entre fortes dentes,
Doce mel, caldo pecaminoso
da doce fruta abusada.

Fabiano Favretto





quinta-feira, 7 de julho de 2016

Esquecido

Eu não sumi,
Eu não morri.
Eu somente,
Esqueci de escrever.
Pensando bem,
Eu morri.

Fabiano Favretto