E quem sabe nesse novo ano
Que amanhã começará,
Exista alguém, niente lontano
Que me amará.
E assim talvez aconteça
A tal reciprocidade.
Então, antes que anoiteça,
Vou recordar da claridade.
Alguém para amar;
Eu estou à procura!
Mas não sei como dosar
Para poder tomar a cura
Dessa falta, e desse desassossego
Que tanto este ano me mataram,
Quase meu coração dizimaram
E quase o furaram com um prego.
São tantos caminhos passados,
E o amor a gente nunca sabe ao certo.
São esses sentimentos pesados
Que se abrigam em corações desertos.
E ao passo que o sereno evapora,
E a aurora diz adeus às estrelas,
Tento as dores, talvez, escondê-las.
Mas qual dor ao amanhecer vai embora?
Fabiano Favretto