sábado, 20 de fevereiro de 2021

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Presságio

Devo responder aos anseios
Que latentes me movem para o abismo,
Pelo fogo da revolução que arde forte,
Ou pela necessidade da mudança?

Não há luta que se possa lutar sozinho,
Mas cada luta que se escolhe lutar é uma escolha individual.
Como poderei então lutar em conjunto
Se os filhos desta terra pensam como se fossem meus inimigos?
Onde haverá hoje um pequeno movimento ou pensamento que unam os justos?

O tempo tem passado rápido, e tem sobrado pouco para fazer planos certeiros.
Perdi amigos  e conhecidos para a ignorância, que sepultados hoje em falsas notícias
Obedecem prontamente aos comandos mais sórdidos, sem quaisquer questionamentos.
Vejo agora formado um verdadeiro granfalloon:
Sem alma e sem propósito, servos obcecados por seu líder,
Que se mostra vazio de justiça e ética, mas cheio de ódio e desprezo.

Prevejo que num futuro não muito distante
Haverá um dia em que fogo descerá dos céus,
Pelas trombetas de grandes metralhadoras,
Aniquilando qualquer um que tenha opinião diversa do líder.
Haverá um segundo dilúvio, mas este, de sangue.
A arca transportará os corpos daqueles que deverão ser esquecidos,
E tudo será negado perante as mídias que aceitarão qualquer verdade.

Haverá também fome, doenças e pragas
Que se resolverão apenas por orações a preço fixo.
Erguer-se-ão templos majestosos para idolatrar o líder 
Que se fará ser acreditado como enviado de Deus,
E no final, crucificará aqueles que propagam o amor e a dignidade humana.

A nossa bandeira será devidamente alterada:
As estrelas cairão por terra.
Na faixa que atravessa o globo azul-anil
Não haverá ordem nem progresso,
E o verde representará os campos dos grandes proprietários,
Em coloração referente ao dólar exportação.
O amarelo representará a covardia, o medo e a falta de vontade
De lutar pelo o que um dia foi nossa pátria,
Nosso lar.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Poesia prosa

Tive um dedo de prosa

Com a minha consciência,

De que toda rima

É só coincidência.


Fabiano Favretto

O corvo que caga em minha cabeça

À Alcir Zanini, meu amigo.


Tenho um velho corvo

Que caga em minha cabeça,

Não posso fazê-lo que me obedeça:

Está se tornando para mim, um estorvo.


O corvo não é sombrio igual ao do velho Edgar,

Nem inteligente quanto o da fábula de Esopo.

É um corvo malandro, e de certa forma escroto

Que me faz ter vontade de matar!


Há, porém, tanta discórdia que ele propaga,

E na minha cabeça grita todavia, alto:

Sempre, sempre! E depois de sobressalto

Se discordo dele, o malandro, caga.


Pássaro prolixo e maldito!

Não sei de que maneira aqui chegaste,

Se da fauna brasileira tu não faz parte!

Dentro de minha cabeça, vivo com esse eterno grito:


Sempre!

Sempre!

Sempre!

Sempre!


Fabiano Favretto


Tempo-espaço

Até esse momento 
De minha vida
Não sei o quando
Escrevi.

Fabiano Favretto