segunda-feira, 30 de novembro de 2015

sábado, 28 de novembro de 2015

Guarda-Chuva

Contra a chuva
Não há ação.
O guarda-chuva
É a nossa estúpida
Transgressão.

Fabiano Favretto

Parabéns!

Como contar prima(v)eras
Se minha vida foi um inv(f)erno?

Fabiano Favretto

Trânsito

Para para
Ver porque não anda.
Corre corre
Ficar parado é um porre.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Voltei

Eu voltei
Mas não para ficar.
Só tornei
Por querer retornar.

Fabiano Favretto

Sazonalidades #4

Outono,
Hold on.
Outro no
Outro não.

Fabiano Favretto

Sazonalidades #3

Inverno
Interno.
Inferno
Eterno.

Fabiano Favretto

Sazonalidades #2

Visão:
Virão!
Verão
Verão.

Fabiano Favretto

Sazonalidades

Prima eras,
Prima serás.
Primaveras:
Prima irás.

Fabiano Favretto

Brinde

Ao ônibus que aos trancos anda,
Brinda sua cerveja um desgraçado.
E dentro deste que foi brindado, exclama
Um velho bebum, pobre coitado.

Fabiano Favretto

Clamor

Oh, tempo que voa
Quem a ti deu asas?
Por que seu uivo entoa
Nas portas tristes de nossas casas?

Oh, vento no relógio do mundo
Por que sois invisível aos olhos?
Por que és lento e imundo
Neste espaço irrisório!

Fabiano Favretto

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Trilho

Entre três
Trens
O trilho 
Treme,
E também
Tem
Entre
Os três
Trens
O brilho.

Fabiano Favretto


Onda

Que regurgita
E não se cansa,
E que se agita
E se encanta.

Gospe-conchas.
Come poesia:
De minha azia
Só debochas.

Engole minha casca
Pilantra-polímere-poética.
Mas com essência efêmera,
Afoga e engasga.

Leva meu cadáver 
Mas deixa minha arma?
Leva meu revólver
Mas deixa minha alma!

Leva o que é matéria
E tudo o que atrapalha.
Deixa somente a poesia
No tapete incólume da praia.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cinzas

Desabafo,
Desestufo.
E o carvão que restaria
Será somente
Cinzas.

Fabiano Favretto

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Não me toque



Que eu desapareço!


Fabiano Favretto

Terça de Juca

Quando a terça é bamba,
A rima é samba.

Fabiano Favretto






segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sede

Acordei com um amargor na boca
E uma grande sede de poesia.

Fabiano Favretto

Mariposa

Voa a mariposa
Com suas asas de poeira,
Em movimentos espirais
Circunda a luz de tungstênio.
Busca redenção, delata a injustiça:
Quando lagarta,
Sonhava ser borboleta.

Fabiano Favretto

A esperança, dor, Arte e amor

Chega, acabou! Da desesperança não farei mais morada!
Estou cansado de vaga-lumes apagados, de percevejos - rotas luzes desligadas.
A esperança não é objeto para os fracos.
A esperança não é objeto - é Arte.
Mas a Arte não é esperança!
A Arte é amor. No amor, sim, se forja a esperança.
Se no amor se forja a esperança, na dor se forja o quê?
Quem é que sabe?
O amor é uma dor consentida, mas não compartilhada.
A esperança é o amor que esqueceu de ser dor. Ou que dói, foi, mas no final anestesia, aliviou.
Amar a dor, é esperançar a Arte.
Amar a Arte, é fazer da dor amor.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Reagentes

Folhas caídas,
Florestas cálidas.
Flores flácidas
Florescem ácidas. 

Fabiano Favretto

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Poema de noventa graus

Busquei a bendita hipotenusa.
Acabei em ângulo reto.

Fabiano Favretto

O caipira

O caipira deve ser respeitado.
O caipira não anda de pé descalço
O caipira não é um coitado
Da riqueza ele está no encalço.

O caipira é sofisticado:
Tem caminhonete
E lida com o gado.
Com ele ninguém se mete.

O caipira tem nome,
Ele mantém sua identidade.
O caipira não passa fome
Ele tem muita liberdade.

O caipira cuida do planeta,
Sabe o valor que a terra tem.
O caipira não é picareta:
Busca fazer sempre o bem.

O caipira é caipira,
Não é Jeca-tatu.
O caipira tem boa mira
Não tem medo de urutu.

O caipira é cultura,
É parte preciosa do Brasil.
O caipira está na altura:
É o verdadeiro herói do Brasil.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Dono do medo

Eu, mestre da desistência,
Torno-me no dia-a-dia
Por motivo de minha essência
O verme mais medroso,
Sem a víbora sabedoria
E dono de um penar canceroso.

Eu, poeta do desequilíbrio,
Dono do medo em singularidade
Julgo qualquer tola dificuldade
Ser a razão para a perda do brio.

A desistência da complexidade,
Julgar-me tolo à luz do saber.
Precisar, desisto de verdade!
Não preciso o motivo compreender.

Eu, desertor assíduo da luz,
Sou servo da rotina sagaz
Onde a estagnação reluz
E a falsa felicidade traz.

Ai de mim se publicar estes versos!
Sinto medo do que possam pensar;
Podem ser pensamentos perversos.
Pode ser. Desisti de contestar.

Fabiano Favretto

terça-feira, 3 de novembro de 2015