quinta-feira, 31 de maio de 2018

Misturas

Para a garota com flores no cabelo

Misture o tom da flor
Ao tom de teus ruivos cabelos,
Pois ambos tons são tão belos,
Tão belos como o amor.

Misture o tom de teu olhar
Ao tom de minha boca trêmula,
Que finos (ledos?) versos simula
Afim de poder te agradar.

Mas não misture o tom de tristeza
Que tens carregado até então,
À tua tão nobre delicadeza

Pois nesse seu coração
Não poderá caber com certeza
Maldade, nem solidão.

Fabiano Favretto

terça-feira, 29 de maio de 2018

Fontes alternativas

O alto preço de você,
Meu combustível,
Fez com que eu buscasse
Fontes alternativas
Para abastecer
Meu coração.

Fabiano Favretto

Métricas

Minha produção Literária
É proporcional
Ao meu sofrimento,
Não de maneira arbitrária,
Mas equacional
Ao meu desalento.

Fabiano Favretto

Inconsistência

A inconsistência do meu mês
Foi tamanha e desenfreada
Que parece ter passado mais de uma vez.

Fabiano Favretto

Gritos

Que nenhuma boca se cale por força,
Que nenhuma boa ideia seja suprimida.
Que os campos ainda tenham flores
E que a liberdade seja garantida!

Que o fraco seja fortificado,
E que o faminto não passe fome.
Que a força seja somente um estado
Para avivar a liberdade do homem!

Que nenhuma intervenção possa prender
A voz que a nós é garantida:
Não poderão para sempre repreender
A voz que em nosso peito está contida!

Que os canhões atirem ferro e brasas,
E que o estouro seja alto e derradeiro!
Poderão atirar todos, mas não cortar as asas
De quem tem voz e alma de guerreiro.

Que nada altere o direito
De falar o que o pensamento instiga...
Poderão eles querer nos calar, com efeito,
Mas sabemos que acabará em briga!

Que nenhum grito se contenha
Por forças externas em represálias.
O brado da liberdade se engenha
Porque a dor já não é necessária.

Fabiano Favretto


Silêncio

Quero o silêncio,
Mas não o silêncio derradeiro.
O silêncio que será meu,
Não será por motivos terceiros,
Mas por querer tê-lo
Indiferente daquilo que é seu.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Voodoo de Grilo



Me encontro entre alfinetes:
Como é que me inspiro?
Não procuro mais tanta gente...
Me fizeram um voodoo de grilo.

Minhas 6 patas não mais as sinto,
E minhas antenas foram arrancadas.
Não resultará em coisa boa - pressinto;
O que acontecerá quando vier a madrugada?

Estou num retrocesso metamorfósico
Que de inseto estou virando humano,
Dotado de alma sem propósito
Revertendo o estilo kafkiano.

E agora tenho mãos tão estranhas
Que tocam pessoas, mas não me tocam
Por serem singularmente vazias
E assim meus interesses se chocam!

Me encontro entre gentes
E não me sinto nada tranquilo...
A vontade de fuga vem eloquente:
Me fizeram um voodoo de grilo.

Fabiano Favretto



domingo, 13 de maio de 2018

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Sossego

Meu pé está gelado,
Também minhas mãos e braços.
Meu peito está gelado!
Estarei eu morto?
Ou estarei somente
Um tanto sossegado?

Fabiano Favretto

terça-feira, 8 de maio de 2018

domingo, 6 de maio de 2018

Pra pqp

O amor não existe,
O amor nunca existiu.
Se acaso você discorda,
Vá pra puta que o pariu!

Fabiano Favretto

Soneto do iludido

Você foi miragem
No meu deserto escaldante,
Como um oásis delirante:
Me deu até coragem.

Corri como um iludido
Afim de tuas águas encontrar.
Não foi de se admirar
Que fiquei tão deprimido.

É normal na carência
Esquecer-se de viver,
E viver fora da ciência

De que preciso ter
Para arrumar paciência
Para poder te esquecer.

Fabiano Favretto

Soneto do alucinado

Enquanto toda esta pátina
Está envolvendo meu coração,
(Por causa da saudade, em ocasião)
O tempo da vida amarela toda página.

Não sou capaz de submeter-me
A mais um domingo sombrio,
Sem que esteja definitivamente ébrio
Afim de não sentir-me um verme.

Perante toda a indiferença,
E durante todo esse estado
Não tenho nada que me convença

Fugir desse sentimento desesperado
Que talvez (com certeza) me vença,
Me deixando ainda mais alucinado.

Fabiano Favretto


Tédio recorrente

Tédio que se instala
No meu peito
Na minha sala
De um jeito
Que me abala

Fabiano Favretto

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Manuscrito da vida

Do livro que possuo derradeiramente,
Você é a mais bela iluminura
Que me encanta de forma eminente
E sana meu triste problema de leitura.

Fabiano Favretto