segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Desanimado.

Mais um ano acaba. E daí?

Difícil admitir, mas não estou no clima (nem preparado)
Para participar desta data.
Muitos compraram fogos de artifício,
Eu nada comprei. 
Só espero tomar a cidra barata que está lá na estante da sala.
Não vou tomar em uma taça, porque não mereço.
Tomarei em um copo de alumínio que ganhei de brinde em um posto de gasolina.

Parece trágico e decadente. Ótimo. Assim se encontram minhas expectativas.
Que venha o próximo ano.
Que passe este último dia.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Aos Trancos e Barrancos

   Em um planeta qualquer, em uma galáxia imensa, viviam seres em perfeita harmonia tanto com seus semelhantes, como com o ambiente em que se encontravam. Certo dia souberam que em um lugar muito distante havia um planeta semelhante, um planeta azul a que chamavam de Terra.
   Todos  ficaram entusiasmados com a notícia e buscaram todas as informações possíveis sobre este planeta e seus habitantes. Descobriram que este planeta possui uma diversidade gigantesca, com muitos seres e plantas de todos os tipos, cores e tamanhos, mas um em especial se destacava: O ser humano.
   Ao pesquisar sobre este ser em específico, se maravilharam com sua esperteza, com sua cultura e com tudo o que haviam feito até hoje. Foi uma ótima notícia a descoberta de outro tipo de vida inteligente.
Descobriram uma data - um costume - em que todos se uniam, pregavam a união, a paz e a prosperidade, onde todos respeitavam-se mutuamente independente de sua condição social, aparência ou etnia. A esta data fantástica dava-se o nome de NATAL.
   Motivados pela descoberta, resolveram ir ao Planeta Terra um pouco antes da data pesquisada. Chegado a véspera desta data que é tão esperada entre os humanos, os visitantes ficaram abismados com a desigualdade em que a maioria das pessoas se encontrava, com o consumismo excessivo, o descaso para com os seus semelhantes, e a hipocrisia - sim, a hipocrisia - um alto grau de falsidade e ignorância, ignorância esta que ocorria até mesmo entre famílias. Um natal  em que comprar é melhor que partilhar, que TER mais é SER mais, um natal em que o principal motor é um fardo de papel verde com números impressos. Um natal de mentira.
   Abatidos e desencorajados para realizar um contato direto com os humanos, resolveram voltar à seu planeta de origem, lamentando-se e  indignando-se cada vez com as atitudes dos seres que achavam tão inteligentes e promissores. Uma votação entre os seres visitantes foi feita. A decisão foi a destruição do planeta, já que a vida "inteligente" que o ocupava não era tão desenvolvida o suficiente à ponto de considerar o respeito e a vida em sociedade como um grande benefício para todos.
  Porém, um dos seres ao olhar para trás, observou que nem tudo era trevas. Sim! mesmo que minoria, algumas pessoas ainda se importavam com seus semelhantes e com todos os demais seres que residiam no planeta.
   O assunto foi discutido e a destruição do planeta acabou sendo cancelada. Apesar do cancelamento, os visitantes decidiram vigiar o planeta, determinando o futuro desta imensa bola azul.
   Ainda hoje o planeta resiste, aos trancos e barrancos a humanidade caminha. Se é para a destruição ou para um futuro brilhante, eu não sei. Somente quero um natal que não se encontra em uma prateleira.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Me resta esperar.

Me resta esperar o seu sorriso,
Fugir deste empecilho,
E espero que você também fuja.

Se de minha pessoa não gosta, 
Talvez não tivesse dado-me sua atenção.
Atenção?! Coisa fácil de conseguir,
Difícil de perdurar..

Mas quando falta comunicação,
Barreiras surgem,
Muralhas são construídas
E a distância é inevitável.

Quem sabe o empecilho não some,
A muralha vai ao chão,
E a distância acaba.
Novamente tenho a ti.

A esperança volta,
O coração bate,
E em você..
Permanecerei!

Fabiano Favretto

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Espaço

Enquanto muitos vivem em aquários, 
eu faço fogueira e moda de viola em meu jardim.


Fabiano Favretto

Frase não escrita por mim #6

Se todo mundo pode ter. Porque ter? Ouro por exemplo, é caro porque é raro. Estende-se isso para outros fatores da vida.

Nikolas Billwiller Godoy

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Luz

Como é bom este sol.
Sua luz amarela me acalenta
Nas manhãs de quarta-feira.
E a todos sem indiferença,
Com precisão ilumina.

As flores agradecem,
Os passaros se regozijam
E eu sofro distante
Somente sua luz eu tenho
E somente em seus olhos não a vejo

Morrendo aos poucos estou.
Mas vou feliz,
Já que ao menos sua luz eu presencio.
Contigo sonho e sonharei 
Entre fatídicos suspiros
Até o próximo amanhecer.

Fabiano Favretto

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ignorado

Assim como eu,
Esta poesia será ignorada.
Não reclamo (talvez lá no fundo sim),
Fabrico estes versos.
Mas os forjo com uma ponta de tristeza.


Talvez não seja ignoração..
Talvez seja apenas ausência..
De seus olhos, de consideração??


Não, Não. Não!
Exerço ainda algo,
Parece importar-se,
Um pouco talvez..
Não muito. Quem sabe?
Insistente em deletar-me,
Busca supérfluos motivos
Para na eternidade desintegrar-me.

Fabiano Favretto

domingo, 2 de dezembro de 2012

20!

Quem diria que duas décadas se passaram!
Um sentimento estranho me invade..
Pensamentos e lembranças,
De tempos que eu tenho mais saudade.

Vivi pouco ainda. Eu sei!
Mas não sei se coisas boas fiz,
Se coisas concretas realizei,
Se que o tempo que passou eu quis..
Que voltasse à mim outra vez.

Em voltas o relógio não para.
Incansáveis os ponteiros giram,
Em uma volta de tempo e espaço,
Em inconstâncias de acontecimentos ficam.

Daqui em diante,
Quero levar a vida menos a sério.
Pisar descalço na grama molhada,
Aproveitar as tardes de sábado,
Degustar de bom grado cada mistério.
Quero Levar a vida,
Assim como se leva uma pequena criança:
De mãos dadas, em passo lento,
Pela beira da Estrada.

Fabiano Favretto