sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Momento

Vi que me apaixonei
Deveras por este momento,
Onde com luz eu encontrei
Escondido no caos o discernimento.

Eu muito me assustei
Com a desigualdade que veio à tona.
E assim me motivei
A querer mudança, sair da lama.

Espero que jamais morra
Este meu sentimento de revolução.
Que a esperança nas minhas veias corra
Como sentimentos de libertação.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Poesia de um segundo

Amor

Fabiano Favretto

XP

O arrependimento
De um arrependimento
Estou chamando
De experiência de vida.

Fabiano Favretto

Boa notícia

De janeiro a janeiro
Vivi um ano inteiro.

Fabiano Favretto

Reparti ontem meu tempo assim:

=> 1% Escrever
=> 1% Sofrer
=> 98% Se arrepender.

Fabiano Favretto

Dos parasitas:

Solitude
Verme na quietude.
Solitária
Uma paixão ordinária.

Fabiano Favretto

Bem no miocárdio

Só não infarto,
Porque este coração
Já está farto.

Fabiano Favretto

Cinderela torta

Te devorei inteira
Desde minha memória
Que desvairadamente passageira,
Afeta o curso de nossa história.

E não doravante
À esta estranha passagem,
Julgo que meu coração em levante
Faz das batidas a ti homenagem.

Te faria minha musa talvez,
Se das badaladas do relógio fugisse,
Ao passo que minha alma de vez
O tempo certo contigo cumprisse.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Descida

Brang, clapt plank
Murmurava a carroça
Num tempo lento/ constante
Descendo a estrada da roça.

Fabiano Favretto

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Meia garrafa

Que vontade de tomar vinho,
Mas não sozinho. 
Entende?

Cheia uma taça,
Sozinho é sem graça.
Compreende?

E se você chega aqui,
Quem eu mais bela vi
E me surpreende?

Só tenho agora meia garrafa
E o calor que abafa...
Saudade que prende.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Tutela

Experimente cortar minhas asas
Se quiser ver-me agonizante
Neste inverno onde brisas cálidas
Acabam com minha liberdade constante.

Se o céu está lá em cima,
Não prive-me de meus voos solos,
Pois enquanto a prisão queima,
Estou eu a abrir os meus olhos.

Mas se ainda sim repreender-me,
Faça isso com calma e muita cautela:
Se as asas romperem minha epiderme,
Hei de voar longe da sua tutela.

Fabiano Favretto

Retrô

A vantagem de utilizar máquina de escrever, é que esta não queima as pernas da gente assim como o notebook faz.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Ver estrelas

Ora, à noitinha dizem 
Quererem ver estrelas.
Mas sabem que ao verem 
Não podem prendê-las.

Como as nuvens nublam,
Cinzentas e malditas!
A visão dos astros turvam;
Escondem por malícia.

Eu aqui no chão,
E elas ao alto brilham
Enquanto forte, sem razão
Alma e coração brigam.

Fabiano Favretto

Sumiu


Para onde foi?
Alguém viu?
A palavra
Na ponta da língua
Sumiu.

Fabiano Favretto

domingo, 15 de fevereiro de 2015

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

sempontuaçãonemespaço

vouescreverassimumtextosemespaçonempontuaçãonempenemcabeçasópramostrarquantabagunçavocêdeixanomeucoraçãoealémdomaiscoloqueiosacentosporquesoubonzinhoegostodevocêdemontão

Fabiano Favretto

Cagada de pomba.

Agradeci a Deus por as vacas não terem asas.

Fabiano Favretto

Efervescência em pleno estado

Estou cuspindo ácido,
Fruto profano de minha azia
Que redundante, corrói plácido
As cavidades de minha alma vazia.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Borboletas estomacais

Combatendo borboletas estomacais,
Estou eu a tomar veneno:
Inseticida de saudades e coisas banais
E um outro tóxico pequeno.

Mas se as borboletas em apertado espaço
Voam sem parar de lado-a-lado,
Ei de liberta-las de meu estado em pedaços
Para que ao céu façam voo cordenado.

Regurgitando sentimentos estomacais,
Estou eu a escrever palavras sinceras.
Tal como o voo de uma borboleta faz
Ao trazer uma longa tarde de primavera.

Fabiano Favretto

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Céu amarelo

Ah, o tom intenso
Dos teus beijos
Tal qual o grave do cello

Mas oh, ainda penso
E tenho ansejos
De pintar nosso céu de amarelo.

Qual tom expressivo
Que na boca faz melodia,
E que em som preciso
Faz do seu beijo minha alegria?

Fabiano Favretto

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Venceu

O amor tem sido engraçado
Nas batidas roucas e loucas,
Deste peito frio que é meu.

Tem feito-me um desgraçado
Dono de saudades poucas
Daquela que meu amor esqueceu.

O amor tem sido fugaz, também.
Não tem parado nesta estrada
Deste coração tolo que é meu.

Tem feito proezas, porém
Nas tangentes e encruzilhadas:
Há um tempo uma corrida venceu.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dualidade

Dualidade.
Um problema
É não saber
Escolher
Neste dilema
Qual a metade.

Fabiano Favretto

Tempo tenso

Estou com medo de pensar
No que é provável estar por vir.
Estou muito a me preocupar
Com meu estado a decair.

Minha paz já não existe:
Saí da minha zona de conforto.
Perante à inquietude que persiste
Percebi que estava morto.

No vem-e-vai dos dias
Creio eu estar abrindo os olhos
Quando vago só, pelas vias
De meus pensamentos: sonhos.

Mas quando o palco cair
E o final desta peça chegar,
Há de as cortinas abrir
Para este tempo tenso findar.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

É certeza

Na minha mente, 
Das idéias em profusão,
Eis que surgem eloquentes
Grandes doses de insatisfação.

Insatisfatórias perspectivas
De um eu estagnado,
Onde aquelas esperanças vivas
Me fazem parecer um coitado.

Diante da derrota eminente,
Ergo minha muralha de defesa
Forjada de esforço, completamente.
Não desistirei da vitória: É certeza.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

É segunda-feira

É segunda feira.

Dê esmola,
Alimente um animal de rua,
Sorria para quem te olhar sério.
Abrace seu pai e sua mãe,
Diga "bom dia" a um desconhecido.
Pinte o sete o oito e o nove.
Faça caretas para a câmera no elevador.
Use cadarços diferentes
E faça do chão seu caderno.
Abra os braços e grite alto:
Seja bem-vinda,

 segunda-feira.

Fabiano Favretto