quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Bucólico

Quando tudo está errado,
Você que ir para longe.
Quer ficar distante.

Entre estresses bancários,
Relatórios AINDA não entregues e
Computadores preguiçosos,
Você precisa ir embora.

Queria ainda ser uma criança,
Para não me preocupar com essa vida de adultos.
Queria acordar em minha cama após ter adormecido no sofá,
E não ter tantas responsabilidades.
Queria poder voar.

Caminhando, busco meu mundo.
Mas a estrada é repleta de incertezas
E como o ladrilho, permanecem ali
Imóveis, constantes e frias.

Com passos melancólicos,
Bucólico eu permaneço.
Vago solitário
Em uma estrada de Idas
Onde as voltas não são permitidas.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Eles estão entre nós?



Sozinho

Essa música é poesia pura.

Sozinho
Caetano Veloso

Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois

Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho os meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém

Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora

Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora

Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Era uma vez um poeta

Era uma vez um poeta
Que não gostava de ler poesias.
Tinha medo de plagiar os autores
Das obras que acharia bonitas.

O poeta sofreu
O poeta morreu
O poeta renasceu
O poeta se criou
O poeta LEU!

E de passagem se maravilhou.

Ao mesmo tempo um remorso em seu peito apontou
De não ter vivido até então.
De não ter devorado poesias.
De não saber que ler é inspiração.

Fabiano Favretto

Luz

Um Thriller Curto - à minha prima Josiane (:




- Acorda meu filho! Acorda!

Francisco acorda assustado e bate no despertador, que rola e cai sobre o tapete. Ele olha ao redor e com um gesto preguiçoso, estica o braço para fora da cama a fim de pegar o relógio. Estranhamente sente um cheiro de rosas que o paralisa por um instante. Fica pensativo e deixa o despertador onde estava. Subitamente se contorce com dores de cabeça se queixando da intensidade das luzes. Eram 4 e 20 da manhã.
Francisco não era o mesmo após aquele dia no lago. Todas as noites ele lembra de seu pai naquela madrugada de inverno, quando sacudia o seu corpo em desespero. Lembra-se das lágrimas de seu pai caindo em seu rosto.
Francisco ainda não entende o que houve. Ainda está confuso. O que lhe vem à cabeça é frio, gelo, dor e luz.
João sempre vai ao hospital. Todos lá o conhecem, pois há um bom tempo que frequenta aquele lugar. Ele senta em uma cadeira ao lado de uma maca com um garoto em coma. João olha um vaso de rosas que está sobre a mesinha e diz:

- Acorda meu filho! Acorda!

O menino abriu os olhos, mas ainda permanecia imóvel. João se surpreende e acidentalmente derruba o relógio que estava próximo a ele. Ele pensa em pegar o relógio mas percebe que já está na hora de ir. Ele sai da sala e deixa as luzes acesas. São 4 e 20 da manhã.

sábado, 12 de janeiro de 2013

A esperança volta, mas a muralha permanece.

Não é que a esperança sempre volta?

A muralha não ruiu (completamente),
E a esperança fez-se escada.
Me permitiu acesso
À aquilo que eu não tenho ou teria.

O muro é alto,
O alicerce é fraco,
A esperança é eterna
E o tempo?
Corre.

Vagarosamente subo a escada,
E a muralha tornar-se-à obsoleta.
Terei o que preciso,
E o impecilho? (já havia o esquecido)
Infelizmente é insistente.

Mas já sei que seu sorriso eu terei...
Ou já o tenho!
Não me restava mais que esperar,
E assim o fiz.
Se isso perdurar,
A esperança ainda permanecerá.

Nostalgia

Da direita para a esquerda: Eu, Alziro (primo), Giane (irmã), Bruna (prima) e Ciro (primo).
Local: Campina do Bicudo (Casa do Vovô e Vovó).

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sexa


-Pai ...
-Hmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
-Não tem.
- Sexo não tem feminino?
-Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "sexo" é
masculina. O sexo masculino, o sexo feminino. - Não devia ser "a sexà'?
-Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "Sexo" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer ... Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo
feminino, certo? - Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas
não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. ''A palavrà' é feminino. Se fosse masculina seria "o pal ... "
- Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta: - Temos que ficar de olho nesse guri ...
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática.

Luiz Fernando Veríssimo

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
                                  
                                                                                 Carlos Drummond de Andrade

A Mão do Tempo


Particularmente, uma das músicas que mais gosto da dupla Tião Carreiro e Pardinho . :D


A Mão do Tempo
Tião Carreiro e Pardinho

Na solidão do meu peito o meu coração reclama
Por amar quem está distante e viver com quem não ama
Eu sei que você também da mesma sina se queixa
Querendo viver comigo, mas o destino não deixa.

Que bom se a gente pudesse arrancar do pensamento
E sepultar a saudade na noite do esquecimento
Mas a sombra da lembrança é igual a sombra da gente
Pelos caminhos da vida, ela está sempre presente.

Vai lembrança e não me faça querer um amor impossível
Se o lembrar nos faz sofrer, esquecer é preferível
Do que adianta querer bem alguém que já foi embora,
É como amar uma estrela que foge ao romper da aurora.

Arranque da nossa mente, horas distantes vividas
Longas estradas que um dia foram por nós percorridas
Apague com a mão do tempo os nossos rastros deixados
Como flores que secaram no chão do nosso passado.