sábado, 20 de outubro de 2018

Luador Crescente

Lua agora crescente,
É crescente em problemas.
Trará maiores dilemas
Quando encher completamente.

Lua que deveria dar esperança,
No alto brilha a pico.
Eu nesta viagem fico,
Com meu coração em mudança.

Minha terra me espera,
Mas a dúvida nunca me deixou;
Se este sentimento restou,
O amor se recupera?

Lua que nada me diz,
E agora entre nuvens se esconde,
Porque não me responde
O que de errado eu fiz?

Sua luz prata intensifica
A clareza das nuvens.
Em minha mente há fuligem
Que minhas ideias sacrifica.

Lua que cresce em minha dor,
Haveria maneira de salvar-me?
Pois no ato de embriagar-me
É que vejo breve esplendor.

Pela janela vejo cidadezinhas
Que permanecem sempre bucólicas.
Em meu peito, vontades caóticas
De fazer tu somente minha.

Rezas para a Lua para que me afaste,
E eu rezo a Lua para que tu me ame.
Por mais que teu nome eu proclame,
Nada muda que me abandonaste.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Impressionism

Música para sonhar,
Não para se ouvir.
Entre acordes encontrar
Espaço para sentir.

Fabiano Favretto

Morte e impressionismo

Morte moderna,
Entre boleros o fim:
Coisa antes nunca vista!
Acabaria assim
Com impressão onírica:
Movimentos, enfim,
Com grande pausa rítmica.

Fabiano Favretto

Amores líquidos

No tempo dos telegramas,
As tristezas demoravam a chegar.
Às vezes se perdiam no caminho.

Fabiano Favretto

Quebra de distâncias

Tudo acontece
A mais de 600km,
E a distância
Não impede que isso
Possa te afetar
Profundamente.

Fabiano Favretto

Era luz

Quem antes era luz,
Na vida hoje é cruz.
Como estar indiferente
Se sou sobrevivente?

Uma vez mais entre abismos
Parado simplesmente permaneço.
A vida é apenas um adereço
Onde cultivo o meu cinismo.

Fabiano Favretto

Dia do caos

Num dia assim
A vida muda
E a angústia aprofunda:
Não vejo um fim.

A paz acaba
E a vida segue.
Não se consegue
Manter-se na estrada.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Poema de bosta desbota

Cor desbota
Cor de bosta
Cor desbota de bosta
Cor de bosta desbota

Fabiano Favretto

Soneto da vida que vai

Quando a vida vai
E não mais volta,
Em mim surge a revolta
E a felicidade se esvai.

Me tomam as horas
E me tiram os dias,
E de maneiras frias

O tempo vai embora.
A vida que me resta
É além do que alcanço.
Olho pela fresta

Equilibro-me ao balanço
Do que ainda presta
Para ver se longe avanço.

Fabiano Favretto

Ao fado

Amor fati,
Amor fútil.
Raiva Fácil
Ódio útil.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

r elevado à sexta potência

Se "r" é a incógnita,
"r" ao começar.
Pode ser que quando "r",
Possa você resultado encontrar.
"r" quando está certo,
e "r" para poder errar!
Se supostamente eu "r",
Pode ser que eu "r" ao acertar.
"r" elevado à sexta potência
Pelo motivo de sempre errar.
Mesmo que eu sempre "r",
A resposta irei solucionar,
Afim de permitir que "r²"
E no meu quadrado ficar.

Fabiano Favretto

R^6

Recolorir
Redesenhar
Resisto
Reconstruir
Registro
Recomeçar

Fabiano Favretto

Transposições

Transposições
De notas no braço
De minha vi(da)ola.
Ora, Sol maior por nós
Acabando em Dó menor de mim...
A sétima com Lá sabe Deus quando
Você cairá em Si.

Fabiano Favretto

Outubro rima com?

Primeira rima de outubro:
Se tentar novamente,
Juro que descubro!

Fabiano Favretto

Linhas, rimas e atalhos.

Na falta de caminhos curtos
Encara-se o longo trajeto.
Não espero que isso seja objeto
Nem o motivo de meu surto.

Na falta do atalho,
Encaro o longo trecho.
Não levo comigo apetrecho
Já que eu sempre falho.

Quando há falta de palavras,
No silêncio me escondo.
A falta de rimas

Na prosa vou transpondo,
Para que em linhas ínfimas
Eu vá me decompondo.

Fabiano Favretto