quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O corvo que caga em minha cabeça

À Alcir Zanini, meu amigo.


Tenho um velho corvo

Que caga em minha cabeça,

Não posso fazê-lo que me obedeça:

Está se tornando para mim, um estorvo.


O corvo não é sombrio igual ao do velho Edgar,

Nem inteligente quanto o da fábula de Esopo.

É um corvo malandro, e de certa forma escroto

Que me faz ter vontade de matar!


Há, porém, tanta discórdia que ele propaga,

E na minha cabeça grita todavia, alto:

Sempre, sempre! E depois de sobressalto

Se discordo dele, o malandro, caga.


Pássaro prolixo e maldito!

Não sei de que maneira aqui chegaste,

Se da fauna brasileira tu não faz parte!

Dentro de minha cabeça, vivo com esse eterno grito:


Sempre!

Sempre!

Sempre!

Sempre!


Fabiano Favretto


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