domingo, 31 de julho de 2016

Eu costuro as partes!

Todo poeta deveria ser
Monstro de Frankenstein.
Mas de um jeito diferente:
Ter olhos de Drummond,
As mãos de Bilac;
Ter a boca de Pessoa,
E estômago de Augusto dos Anjos;
Ter o nariz de algum poeta
Alemão já esquecido,
E um braço de outro poeta
Que ainda nascerá.
Ter os ouvidos de Cecília Meireles
Seria perfeito!
Mas o peito, 
O peito do poeta 
Deve ser aberto
E anônimo.

Fabiano Favretto

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