terça-feira, 7 de outubro de 2014

Afogado

Mas será que desmancha
O meu castelo de areia?
E será que me encanta
O canto da sereia?

Para onde vão as ondas
Ao som da arrebentação?
Vão sós e sem delongas
Para a arrebatação?

O vento é que tem a culpa,
Ou são as ondas egoístas?
Levam dos frutos da vida a polpa,
E da mente palavras otimistas.

Onda pastora das conchas,
Neste terreno infértil habitado.
Da vida difícil debochas
Mas teme ao lembrar o passado.

Mas quando chega a noitinha,
Podem soprar os fortes ventos.
A força que vês é só minha
A maré vem servir de alento.

É mesmo forte
A maré que a noite chega:
Mas com grande sorte,
Ela vem e me aconchega.

Nesta fria madrugada,
Restam conchas e detritos.
E na areia encharcada,
Sofre o meu coração aflito.


Fabiano Favretto

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