Nem o resto de vinho da garrafa;
Nem o vento desta tarde de inverno;
Nem o sol que se põe atrás da pedreira;
Nem o barulho do motor em alta rotação
Foram capazes de alegrar minh'alma.
Ou de sequer apalpar este momento
Tão intangível quanto monótono,
De minha tão medíocre vida
Somente feita de existência
E de nenhuma ação.
Estou estagnado em mim mesmo.
Mas como romper a crisálida
Pérfida e escamada do mais
Puro baixo altruísmo e autocontrole?
Como libertar-se dessa prisão sem grades
E sem paredes,
Afim de libertar-me de minha própria
Integridade rutilante e mesquinha?
Tão príncipe quanto um percevejo,
Furo infindáveis camadas amargas
Tracejadas de vãs esperanças
E recheadas de medos tolos.
Fabiano Favretto
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