quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Ainda mais tão pragmático

Não tenho mais sangue,
Só tenho ácido em mim.
Corrói, destrói e dissolve
Até eu chegar ao fim.

Meu coração é uma bateria,
E meus músculos, chumbo.
Olhos, lâmpadas eu acenderia,
Para poder evitar meu tombo.

Antes o andar fosse metálico,
E o olhar fosse digital.
Meio máquina, não atávico

Diferente descendência habitual.
Ainda mais tão pragmático
Sem tanto assim passar mal.

Fabiano Favretto

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