segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Caronte

Onde há felicidade no mundo
Se o tempo escorre pelos nossos dedos?
Somos insetos imersos em medo,
Vemos que todos os cortes são profundos.

O que me restaria se hoje eu partisse,
E nem ao menos deixasse notícia?
Alguém por ventura se queixaria?
Quem sabe algum amigo até risse.

Não tomo consciência do meu eu
Porque não sou mais presente hoje,
E assim, tudo o que me acometeu

Deixaria de ser um vulgo ultraje
Para ser aquilo que se deu
Que possivelmente me desencoraje.

Fabiano Favretto

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