Nefasto,
Olhava o obtuário.
Passatempo mórbido.
Sorriso plácido.
Seu deleite era ordinário,
Irônico e sádico.
Contava a dedo
Quais daqueles lhe pertenciam.
Quando nada encontrava,
Seus nervos entorpeciam.
Sumia o sorriso louco,
Impaciência é o que havia.
A pá suja,
Debaixo da cama.
Profissão para poucos
É estar metido na lama.
Os ossos impressionavam:
Nada de fazer drama.
Chega o dia esperado:
A pá no chão faz cavidade.
Suor na testa
E força de vontade.
Sete palmos bastam
Para a eternidade.
Vida de coveiro
É irônica e trágica.
Enterra um e enterra outro.
Vida longa antropofágica
Tal quais os vermes
Em sepultura antológica.
Fabiano Favretto
Muito interessante esse poema! Gostei! Meu TCC vai falar de profissões ligadas à morte. Uma delas é a do coveiro (sepultador).
ResponderExcluirPoxa, que bacana!
ExcluirEspero que se saia bem em seu TCC (:
Agradecido pela visita.
Abraços,
Fabiano Favretto.