domingo, 7 de maio de 2017

Até quando?

Eu não estou bem.
Posso até parecer bem,
Mas não estou.
A pele em que habito
É apenas uma fachada
De um negócio
Que já faliu.
Antes o coração batia,
E os pulmões inflavam;
Hoje tudo funciona
Em modo automático.
Tenho automatizado
Meus meios de produção.
Não, não há
Mais criação.
Tudo é gerado automaticamente,
Pois todo o tesão se foi...
E a vida?
A vida deixou de ser.
A vida não é mais,
A vida se foi,
O corpo se move por baterias.
Exasperei demais
Pelos cantos,
Desesperei demais
Pelos meios.
A poesia se foi,
E não me disse se voltaria.
Sou apenas um recipiente
Cheio de engrenagens.
Verei até quando
Durarão as baterias.

Fabiano Favretto

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