quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Abstinência literária e vício alcoólico

Vejo o papel turvo em minha frente,
E a caneta - instrumento do próximo milênio;
O seu complexo manuseio, precisa de um gênio
Para poder assim escrever algo diferente.

Me falta a coordenação motora,
E minha ideias morrem rápidas demais.
Poderia eu reclamar dos meus ais,
Mas me afundei na garrafa redentora.

E com essa vontade que havia de escrever,
De quando bêbado senti rapidamente surgir,
Agora sóbrio da poesia, tento transcrever.

Porém a sobriedade está a me coagir,
Para que eu possa meu vício entender:
Bebo mais poesia do que o álcool possa presumir.

Fabiano Favretto

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