quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A assassinar-me

Quando eu apanhei,
Ofereci a outra face,
Mas Deus,
Em toda sua benevolência,
Por que 
Negou-me um simples olhar?
Ando agora a esmo,
E todo canto que vou
Não me sinto digno.
Não cuspi na cruz
E nunca fui má pessoa.
Negaste-me a tua face.
Deus, o que eu faço?
Sem chão,
Como poderei
Prostrar-me agora de joelhos?
Assino em meu sangue,
Não devo mais curvar-me.
Deus, como nos arautos antigos,
Por quê tenta tanto assassinar-me?

Fabiano Favretto

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