quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Não há cura

Bombas de milhares de megatons
Caíram hoje sobre minha cabeça
Para que eu me abale e não esqueça
Que a realidade não tem propósitos bons.

Tristeza, revolta e ódio eclodiram
Em meu peito novamente despreparado.
Angústia, pensamentos - maldito fado!
As expectativas me consumiram.

Acabou-se a luz, e a última vela apagou.
No escuro por tato venho buscando
Encontrar um lampejo do que de mim restou.

Sou cacos, vidro e Éter, matéria escura;
Um buraco negro agora absorve o meu interior.
Não mais há conformação, lucidez e cura.

Fabiano Favretto

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