quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Desçamos a colina

Desçamos a colina e nos perpetuemos
Nas estagnarias fontes de ausência,
De modo que propositalmente, em instância,
Ao som da marcha lúgubre dancemos.

Avancemos entre trincheiras e escombros,
Nos lotes perenes de falsas misericórdias,
Escalando tetos, aves, medos e ledas glórias
Para carregarmos o nosso mundo nos ombros.

Corramos como lebres assustadas à noite,
Agitados como o trigo em tarde tempestuosa.
Voemos como um filhote à própria sorte,

Esperando que as presas da morte perigosa
Errem o caminho da fonte, amor forte
E mate o que realmente seja dor dolorosa.
Fabiano Favretto

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