sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

De voar

Tecnologia,
Quem diria
Se eu pudesse
Voltar 
No tempo.
Iria
Inventar
Uma máquina
Que pudesse
Guardar
Tudo o que fosse
Alento,
Para esse peito
Que só sabe
Reclamar:
De saudade,
De vontade,
De voar.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ansiedade

Fruto do tempo vagaroso,
És o martírio dos desesperados,
Que com gestos, sons afobados
Caem em furor vertiginoso.

Qual mãe das mais graves úlceras,
É a causadora de toda minha insanidade;
Pois a cabeça, baú da calamidade
Transforma-se na mais inútil das víceras.

Do amor tem-se feito dura inimiga,
E os corações, afligido aos montes.
Mas quem vence todas as brigas,

E ao final corre e pula das pontes?
Quem entoará as velhas cantigas
Esperando a resposta da fonte?

Fabiano Favretto

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Peão, Bispo ou Rei?

Plantei na cabeça
A semente da dúvida.
Não espero que nasça
Qualquer certeza.

Fruto de dúvidas,
Já tenho aos montes.
Do discernimento a dívida:
A incerteza é a fonte.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Alcova

Medindo a cova
Para quando sobrar
Um pouco de tempo,
Eu possa retirar
O coração do peito,
Miserável alcova.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Um tanto escasso

Ando um tanto escasso,
Deste meu tempo
Sem algum alento
Em todo meu espaço.

Ando por andar,
E ao andar tenho ouvido
Que esse coração vivido
Não para de retumbar.

Os trovões que quebram
Em meu peito carregado,
São os mesmos - agrado
Lamentam, me desesperam.

Há a máquina dos mortais
Que se alinha sobre nossos sapatos;
Gira o mundo, criam-se ratos
Verdadeiras legiões fatais.

E no subsolo da vida,
Este porão repleto de incertezas,
Armazeno as minhas tristezas
E dor reprimida.

Ando um tanto escasso,
Deste meu tempo,
Sem algum alento
Em todo meu espaço,

E na despensa das eras,
Não tenho nada mais
Do que me compraz:
Solidão. Deveras.

Fabiano Favretto



quarta-feira, 4 de janeiro de 2017