A minha janela cujas madeiras
Foram surradas pelos dias,
Criou com resiliência
Musgos em suas ombreiras.
Olhei com certa curiosidade
Até onde os musgos apareceriam,
E vi que de verde toda a canaleta cobriam;
A janela estava travada com propriedade.
De que maneira havia ignorado
O avanço desta força oxidante?
Percebi estar diante
Da ausência do abrir, jamais executado.
Que falta me faz essa liberdade!
Que falta faz o ar que não mais entra.
O verde-musgo é a ferida que hoje marca
A minha janela nunca mais aberta à tarde.
Fabiano Favretto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.