sábado, 7 de agosto de 2021

Verde musgo

A minha janela cujas madeiras 

Foram surradas pelos dias,

Criou com resiliência 

Musgos em suas ombreiras.


Olhei com certa curiosidade

Até onde os musgos apareceriam,

E vi que de verde toda a canaleta cobriam;

A janela estava travada com propriedade.


De que maneira havia ignorado

O avanço desta força oxidante?

Percebi estar diante

Da ausência do abrir, jamais executado.


Que falta me faz essa liberdade!

Que falta faz o ar que não mais entra.

O verde-musgo é a ferida que hoje marca

A minha janela nunca mais aberta à tarde.


Fabiano Favretto

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