O segredo que agora conto
Do vôo que sempre estrova,
O pernilongo tanto tonto
Sua vida pelo sangue trava:
Milenares hematófagos,
Seus antepassados beberam
De faraós, antes do sarcófago;
Do sangue de reis se saciaram,
E voaram pelos jardins da Babilônia,
Picaram também Alexandre,
Que lá em Macedônia
Talvez passou raiva grande.
O pernilongo foi contemporâneo
De Gengis Khan e seu império,
Buscou sangue no subcutâneo
De todo o exército, com certo brio.
Presenciou as insônias de Dalí,
Que dos zumbidos surrealistas
Foi o salvador e agora vai
Ser sonho eterno de artista.
E a ti, mosquito medonho,
Palmas tenho que bater.
Meu dia anda tão enfadonho
Que em minhas mãos tem de morrer!
Fabiano Favretto
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