terça-feira, 13 de abril de 2021

Palmas

O segredo que agora conto

Do vôo que sempre estrova,

O pernilongo tanto tonto

Sua vida pelo sangue trava:


Milenares hematófagos,

Seus antepassados beberam

De faraós, antes do sarcófago;

Do sangue de reis se saciaram,


E voaram pelos jardins da Babilônia,

Picaram também Alexandre,

Que lá em Macedônia

Talvez passou raiva grande.


O pernilongo foi contemporâneo

De Gengis Khan e seu império,

Buscou sangue no subcutâneo

De todo o exército, com certo brio.


Presenciou as insônias de Dalí,

Que dos zumbidos surrealistas

Foi o salvador e agora vai

Ser sonho eterno de artista.


E a ti, mosquito medonho,

Palmas tenho que bater.

Meu dia anda tão enfadonho

Que em minhas mãos tem de morrer!


Fabiano Favretto

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