O trauma dos gatos
Que foram expropriados
De algumas vidas,
Se caracteriza nas idas
Para uma rotina calma,
Para uma preservação de alma.
Os novelos são agora mais interessantes
Do que o muro alto que subia antes,
E ainda, a caçada que era noturna e constante
Foi trocada pela comida servida num instante.
O trauma ainda silenciosamente esconde
O segredo que começa sem se saber por onde:
A queda do alto não tem mais rotação,
Os pés não aguentam o corpo ao chegar ao chão.
O felino com as vibrissas cansadas
Esconde por detrás delas as miadas
Que não entoará mais nos telhados sozinho,
Somente no sofá, ao sol da tarde, baixinho.
Fabiano Favretto
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