quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O mundo não se vale

O mundo não vale o peso do mundo!

Há tanto sangue derramado

Tanta luta vã - de tanto lado errado

Que do poço não vejo chegar o fundo.


Minhas mãos estão ressecadas

Como galhos de árvores no inverno.

Meu peito tem um barulho eterno

De guerras diariamente travadas.


O mundo não vale o mundo

E nem sei porque mais me preocupo.

A mim mesmo, sim, a mim culpo

Mas não tanto lá no fundo.


O mundo não se vale, meu Deus!

Porque eu tanto nisso me atenho?

Queria tando do mundo ter desdenho

Ao passo que assim mato sonhos meus.

Fabiano Favretto


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