quinta-feira, 18 de julho de 2019

Há um bom tempo...

Há um bom tempo eu havia esquecido
Da textura da grama e do sereno do inverno,
Há um bom tempo eu apenas tinha vivido
Parte no limbo ou parte no inferno

É que a vida as vezes me cobra
E a esperança as vezes é pequena
Minha idade nesta era dobra
Enquanto espero que o fim venha.

Há certo tempo me preocupei com dinheiro
Na esperança que acabaria com meus problemas,
Mas o que ganhei nunca aproveitei por inteiro
Estava entre o inferno e o poder com tal dilema.

É que a vida as vezes me cobra
E a esperança as vezes é pequena
Minha idade nesta era dobra
Enquanto espero que o fim venha.

Há alguns verões que eu não via a luz do dia,
Nem as correspondências que chegavam.
Havia uma carta em especial que eu queria,
Vieram certos ventos e com meus versos acabaram.

É que a vida as vezes me cobra
E a esperança as vezes é pequena
Minha idade nesta era dobra
Enquanto espero que o fim venha.

Há alguns dias que preguei tábuas
E espero as flores do jardim florescerem
Para usarem-nas de maneiras ávidas
Em meu funeral com zelo e coragem.

É que a vida as vezes me cobra
E a esperança as vezes é pequena;
Minha idade nesta era dobra
Enquanto espero que o fim venha.

Fabiano Favretto

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