Em versos uma prece
Àquela que tudo finda,
E que após o fim, ainda,
Dos demais não se esquece:
Aos que não nasceram para a vida
As sementes que não germinaram
Quando ao solo plantadas,
As horas que lhe foram negadas
O curso da história decerto mudaram.
Às crianças, finais infantes
O que da infância deleitaram-se
Terminou neste pequeno tempo
E assim na inocência, findaram-se
Como anjos, um alento.
Aos jovens, do vigor agora esmo
Que a força e o calor que carregavam
Seja motriz dos que aqui ficam
E que estes, hoje mesmo saibam
Que até mesmo as virtudes se acabam.
Aos adultos, responsabilidades agora alheias
O que tanto na vida os ocupava,
Agora foge-lhes a preocupação;
O problema que angustiava
Agora não mais afligirão.
Aos idosos, árvores de raízes rasas
O tempo que a eles foi dado,
Em sua magnitude foi vivido,
Porém não há um infinito estado
Que seu ensinamento pode ser persistido.
Aos finados por moléstia
Que a doença, atalho do fim,
Seja constante exceção nos dias atuais,
E aqueles que findaram-se assim
Não possam ser esquecidos jamais
Aos acidentados
Que nenhum infortúnio
Cause a ida precocemente,
E que a sorte seja o prelúdio
De vida longa, certamente.
Aos mortos em guerra
Que nenhuma batalha
Seja maior que uma vida,
Visto que a vida, a muralha
Pode ceder se for estremecida.
Aos que buscaram o fim
Que encontrem neste estado
Toda a paz que em vida não tiveram,
E que assim, por este lado,
Perdoem quem a paz não lhe deram.
Aos assassinados
Que o fim da vida seja o locus da justiça
Para que mais nenhuma vida seja interrompida.
Deixem-se de lado a violência e cobiça
Para que a vida possa assim ser vivida.
E que a morte, com sua sabedoria e manto negro
Busque aqueles que estiverem preparados,
Afim de que esta, em nenhuma forma de emprego
Possa dar fim aqueles cujo tempo não foi chegado.
Fabiano Favretto
https://www.greenme.com.br/images/viver/saude-bem-estar/medo-morte.jpg |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.