quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ode à buriocracia

Entre papéis e mais papéis,
Carimbos que marcam ordens,
Rubricas e pilhas de checagens,
Parecemos todos réis.

Se somente não bastassem
As muitas filas que aumentam,
Estão as esperas que se sustentam
Em desculpas de primeira classe.

Mil formulários a preencher
E mil papéis a outorgar.
Mas é preciso revogar
Esta necessidade de não responder.

Milhares de processos acumulados
Na mesa daquele que assina.
É ele que sonhos assassina,
Sepultando-os num arquivo maculado?

Vários anos em espera,
Os dias tornam-se uma vida.
É uma via somente de ida
Que em certo ponto desespera.

Se o resultado vem algum dia
Não se exaspere, fique calmo.
Pode não ser aquilo o esperado
Pode ser sua fúnebre elegia.

Tanta complacência vazia,
Tanta espera pra nada:
É esta a significância nata
Da sórdida burocracia.

Fabiano Favretto

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