terça-feira, 25 de junho de 2019

Revê(lê)-los(vos)

Relevei o que me revelastes,
Mas tu não me revelou o que havia relevado.
Eu revelo a fotografia
De teus relevos:
Seus relevos,
Gostaria
De revê-los.
Fabiano Favretto

Morro e relevo

Eu morro,
Eu, o morro.
Eu morro senão amar
Eu e o morro a se chegar.
Eu morro por querer:
Eu no morro a morrer.
Eu morro e a morte;
Eu morro, e a sorte?
Eu morro relevo a vida,
Eu morro e revelo a ida.

Fabiano Favretto

Tutorial para matar poeta parnasiano

Dê um tiro.

Fabiano Favretto

Cheiro de morte

Venho há tempos sentindo o cheiro:
O cheiro de morte está aqui,
E cheiro de flores para mortos,
Cheiro de flores mortas também senti.

Cheiro forte de alvejante
Como de quem limpa o salão,
Mas não sai o cheiro de sangue
Que insiste em ficar nas mãos.

Sinto o cheiro de morte,
O formol e o perfume juntos
Como uma colônia forte.

Sinto cheiro de defunto,
E o odor da má sorte:
Com isso a morte vem junto.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Pôr do sol na cafeteria

Estou naquele momento
Em que as luzes se confundem:
Lá fora pôr do Sol, lúmens
E a luz de mercúrio aqui dentro.

Neste lusco-fusco passageiro,
O Sol vai levando minha esperança.
Este dia será somente lembrança,
E o café meu mensageiro.

Fabiano Favretto

É pena

É pena que a distância
Seja um fator dificultante
Entre nós, como amantes.
Isso tem tomado relevância.

Te querer é diferente de amar:
Como irei te compreender
Se tu não pode entender
Que longe não posso ficar?

Fabiano Favretto

Chance que nada

Uma chance eu teria
Neste domingo que viria:
Eu fico na expectativa
Agora, e de forma definitiva.
Mais um domingo que acaba,
Mais um dia que desaba.

Fabiano Favretto