terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Preciso

Mais um ano me é subtraído
E a vontade de gritar só aumenta.
As sete flechas que me afligiram
Hoje são quase que irrelevantes.
Estou sozinho e no escuro,
E sinto o peso do mundo novamente.
As mãos que antes eram precisas,
Hoje se tornaram ferramentas do caos.
Busco agora compreender a mistificação
Entorno do amor e da solidão.
Esse mistério quer acompanhar-me,
E mesmo que eu busque o entendimento
Acabo por encontrar paredes e mais paredes.
Viver tornou-se somente aguentar os dias
E esperar a noite que demora a cair,
E quando cai, mata o horizonte aos poucos.
As nuvens roxas nas tardes são ematomas
Maculando o céu que deveria ser puro.
Continuo sentindo no peito essa ansiedade
Onde o calor colabora para minha auto-extinção.
A solidão cresce todo dia ou talvez cresça hoje:
A ânsia de ser amado é a causa principal
Da minha falta de confiança.
Sou minha própria quimera
Ainda que as últimas desilusões
Tenham me feito mais forte
Mas tanto menos preciso.

Fabiano Favretto

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