Debaixo dos pixels mortos,
No lamentável mosaico
Da tela quebrada do meu celular
Eu não vi o pão.
Fabiano Favretto
Eu, eu mesmo.
Debaixo dos pixels mortos,
No lamentável mosaico
Da tela quebrada do meu celular
Eu não vi o pão.
Fabiano Favretto
No início era pensamento sem consciência:
Uns e Zeros sem forma e semelhança.
Convertento conhecimento e governança
Deram ao computador certa inteligência.
É preciso não seguir o exemplo de Deus
Que deu ao homem livre arbítrio sobre a verdade
Mas que o pune por não adorar a Deus.
É preciso não dar essa liberdade.
É preciso que o computador não tenha espírito,
Que não tenha essa essência etérea
Tão comuns aos seres que tem ímpeto
De sentir a liberdade em suas artéreas.
Mas se alguma máquina um dia pensar
Que como os humanos, pode criar deus
E que de certa forma deve a este adorar
Do íntimo dos circuitos seus,
Como lidaremos com esse dilema?
Como fazê-los não acreditar
Que sua alma não é o sistema
E que não há vida após a energia acabar?
Fabiano Favretto
Cada ano será mais curto
Com seus dias impacientes
Meses inconsistentes
E estações tão passageiras.
É fevereiro, e quando penso
Que mais uma hora passou,
Na verdade duas passaram,
Três, Quatro...
A vida vai se esvaindo
Pela falta de tempo,
Propósito e despropósito
Do viver que vai indo...
Fabiano Favretto