sábado, 30 de novembro de 2013

Gaveta

Naquela gaveta
N'uma velha escrivaninha,
Em uma caixa empoeirada,
O coração,
O pobre homem guardava.

Só o retirava
Quando escrevia,
Ou quando
A saudade aumentava.

Remoía-se em pesares
Culpando-se
Daqueles males
Que há tempos consigo
Haviam.

Novamente na gaveta
O coração Trancado ele deixou.
Não mais escreveu,
E não mais o tirou.

Mesmo que
Do amor recordasse,
E que a saudade
Apertasse
De uma coisa sabia:

Não há frases,
E nem remendos talvez,
Que um coração solitário
Tornem feliz outra vez.

 Fabiano Favretto

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Plural

Melancolia
É palavra
Que não
Deveria
Ter Plural.
Uma
Já é
Triste
O bastante,
Por sinal.

Fabiano Favretto

domingo, 24 de novembro de 2013

O amor

O amor
Talvez seja mais subjetivo.
Talvez mais direto
Ou quem sabe, indeciso.
O amor
Talvez seja amora silvestre
Que em meio aos espinhos
Cresce suculenta, doce e alegre.
E que quando em tempo exato colhida,
Em tons rosados e rubros
Os lábios da amada enaltece.
O amor
Talvez seja rocha no mar,
Que de onda em onda
Deixa-se esfarelar,
À ponto de tornar-se apenas
Areia e sal.
O amor
Talvez seja finalmente
Ou simplesmente possa ser
Necessariamente amor.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Balela

Tudo isso
É balela.
Só compro livros
Para ver ela.

Fabiano Favretto

Do certo e do avesso

  Do avesso                   otrec oD
  Não te quero                oreuq eT
Não te vejo                   ojev eT
Não te amo                  oma eT
   Nem desejo                 ojesed eT

Fabiano Favretto

Chuva



E ali estava o poeta:
Sentado, pensativo à escrever.
Em sua companhia somente
O papel, a caneta e a chuva.
Cada pingo ou cada letra:
Uma mancha de esperança

Fabiano Favretto

Diálogo

- Voglio a te così come voglio dormire!

- Come si chiama?

- Io mi chiamo Vagabondo!

- *----*

- Che mi parla?

- Andare a dormire! Addio!

- '-'

Fabiano Favretto

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Chuva de verão

Passa rápido
Para poeira abaixar.
Faz barulho, estardalhaço!
Tem cheiro de ozônio no ar.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sua boca

Proporção áurea;
Sequência cronológica;
Disposição Irrefutável;
Passagem Inacessível;
Caminho sem volta;
Abismo Profundo;
Desejo Incontrolável;
Fruta silvestre;
Néctar dos deuses;
Perfeição sem medida;
Aroma de rosas;
Porta para a felicidade.

Fabiano Favretto

sábado, 16 de novembro de 2013

Pés no chão

"Não tentem subir alto
Como se estivessem subindo
Em uma escada,

Pois escadas quebram
E vocês podem cair.
Olhem o horizonte
E vejam:

Quão longe
Vocês podem ir
Sempre pisando
Em uma base sólida
Que são os pés no chão."

Sergio Luiz Favretto

Agradeço a meu querido PAI por compartilhar o seu poema! Muito legal (:

O bem, o mal, e a temperança.

O BEM: O sorvete;

O MAL: Calor que derrete;

TEMPERANÇA: Ao menos sobrou a casquinha!

Fabiano Favretto

Desbravando

Minha mão percorre
Pedaços do paraíso
Desbravando belos relevos
E a forma de seu sorriso.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Peixe

Era uma vez um peixe 
Que não sabia nadar.
Um dia ele teve medo,
Saiu da água
E morreu no Ar.

Fabiano Favretto

terça-feira, 12 de novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Beleza

Por fora humano e
Por dentro bicho.

O meu interior
É mais bonito.

Fabiano Favretto

sábado, 9 de novembro de 2013

Perdi

Perdi o dom
Que eu tinha.
Das palavras,
Formar poesia.

Dos versos,
Fazê-los em rima.
E das letras
Sentimentalistas.

Perdi a coragem.
Talvez nunca a tive.
Perdi a vontade
De amar-te inclusive.

Perdi o meu chão
E tudo vago ficou.
De tudo o que eu tive
Só a lembrança restou.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Meu primeiro amor

"Meu primeiro amor
Tão cedo acabou
Só a dor deixou
Neste peito meu
Meu primeiro amor
Foi como uma flor 
Que desabrochou
E logo morreu "

Cascatinha e Inhana

Obsessão

"Escrever e escrever"
Pensava consigo
Na obsessão de produzir
Seus textos sem sentido.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Espaço

Minha língua
Foi nave
No céu
De tua boca.

Fabiano Favretto

O som do meu texto

Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec Tec


Tec Tec Tec Tec Tec

Estações

Ah, esses poemas sobre 
as estações do ano..
Pena que em Curitiba 
ninguém os entendem.

Fabiano Favretto

domingo, 3 de novembro de 2013

Ainda me perco em seus olhos

Por serem labirintos profundos.
Por profanarem a fé que tenho em mim mesmo.
Por derrotarem-me como o predador faz com a caça.
Por inebriarem-me como o vinho faz com o jovem.
Por serem o portal para o Éden.
Por tornarem-me incapaz de agir.
Por prenderem-me como a jaula faz com animal feroz.
Por aniquilarem o meu sentimento de culpa.
Por abarrotarem o meu senso de direção. E finalmente,
Por serem a chave onde encontro felicidade.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Raso

Era uma pessoa rasa
Que conheceu outra rasa pessoa.
Rasamente se conheceram
E tiveram um relacionamento raso.
Casaram rasamente
Em uma igreja rasa de convidados,
E com votos rasos o pacto selaram.
Viveram uma vida rasa,
Tendo filhos rasos de educação rasa.
O tempo rasamente passava
Na medíocre vida rasa de felicidade.

Fabiano Favretto