De cima vemos tudo como uma maquete,
Onde pequenos autômatos vagam
Com certos destinos diferentes.
À noite todos se recolhem
Para dar voz à rua,
Que muito eloquente,
Balbucia
Um latido de cão,
Uma moto distante,
Um assovio de alguém.
No poste a luz de mercúrio
Pisca às vezes sim, às vezes não,
Enquanto mais alto ainda,
Tecendo redes no céu,
Um avião passa
Com seu rugido de monstro
Metálico,
Zombando
De tudo que é janela
Aberta,
Abaixo.
Fabiano Favretto