Eu te amo igual ao número
De balas que tenho na cartucheira,
E isso não é pouco, acredite.
Você tem feito eu gastar minha munição
De uma maneira inconsequente:
O meu tiro tem precisão
Mas tu me desarma sempre
Antes de acertar seu coração.
Não sou um cara piedoso,
E menos ainda um gentleman,
Mas você me fez colher rosas
(Certa vez até ousei cheirá-las).
Você só amou a minha arte
E sou mestre em forjar mentiras (verdades!).
Você só ama o que idealizou
E jamais você chegou tão perto do perigo
Achando ainda que eu sou
Apenas algum amigo,
Realmente assim você me apunhalou.
Minhas balas estão caindo
Assim como chove em janeiro:
Vai se esvaindo um dia de verão,
E meu tiro, um trovão
Cai em algum lugar que não creio
Ser o meu alvo de antemão.
Um dia vou acertar
Uma bala em seu peito
Para que deste jeito
Possa me amar,
Ou se não der certo,
Assim findar
Como eu, de peito aberto.
Fabiano Favretto