terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tela branca

Há uma tela branca.
Respiro fundo.
O barulho das teclas
Ao decorrer do tempo
Me agrada.

Tento colocar
Meus pensamentos em ordem
Cronológica, alfabética,
Ou qualquer que seja
A melhor forma/ ordem.
Se é que exista fórmula
Para tal organização.

Leio.
Releio.

Apago.
Escrevo.

Publico.
Torno racunho novamente.
Esqueço.
Relembro.
Visualizo.
Publico outra vez.

Guardo as sobras
Das palavras e frases
Em meu cérebro.
Quando está cheio,
Recomeço novamente:

Há uma tela branca..

Fabiano Favretto

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Segunda

Acordei com vontade
De provar a mim mesmo
Que uma segunda-feira chuvosa
Pode ser dia bom.

Fabiano Favretto

domingo, 28 de setembro de 2014

Mistério

Quais os mistérios
Que seu riso esconde?
É um caminho...
Mas que leva aonde?

Quais os caminhos
Nos seus lábios guardados?
Caminho dos seus beijos,
D'um paraíso encantado?

Quais os seus beijos,
E até onde vai o paraíso?
São os meus desejos,
Aonde acaba o meu juízo?

Quais os meus desejos?
Meu juízo acaba aqui.
Eu desejo os mistérios
Da sua boca que sorri.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Revelação

Te imaginei em
9x12,
e em 3x4.

Mas a moldura em que ficas melhor,
É na moldura de meu abraço.

Fabiano Favretto

Enfim

Enfim,
No fim.
Era Somente
Mais uma
Tarde vazia.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pode ser

Este frio chão
Pode ser que seja
O meu coração.
Cuidado onde pisa!

Fabiano Favretto


Obs.: Este texto não é tão isósceles como o de Leminski

Chão frio

Nesta tarde chuvosa e primaveril,
Foi sujo o mármore negro
De minha alma pobre e gentil.

Com areia da desesperança,
Fiz um castelo no chão frio.
Construí o alicerce de vingança,
E as torres com ar doentio.

Imponente arquitetura,
De tijolos irregulares trançados.
Impotente bravura.
Torno-me assim um ser desgraçado.

Fabiano Favretto

Meditação

Fugi de mim mesmo.
Durante a fuga,
Perdido,
Me encontrei no caminho.
Voltei.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Pitanga

Adstringente o gosto,
Amarela uma pitanga.
Deitada, com sol à gosto
De biquini, top e canga.

Senhorita do verão
Me extasia neste tempo.
Queria que nesta estação
Os dias fossem lentos.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Horóscopo

Signos incopátiveis
Em um inferno astral.
O zodíaco de mal comigo
Fazendo da minha vida o caos.

Eu fogo, você terra:
Elementos não combinantes.
No amor e na guerra,
Combinações são importantes.

Para meu contento,
Mudei de vez o meu escopo.
Já estou tomando tento:
Não leio mais horóscopo.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Durmo

Para esquecer-te,
Durmo .

E dormindo,
Sonho.

No sonho, 
Encontro-te.

Encontrando-te,
Acordo.

Acordando,
De ti eu lembro.

Durmo.

Fabiano Favretto

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Voou


Hoje o dia voou,
E nem perguntou 
Se era cheio,
Ou se era vazio.
Somente sei que o frio,
Ao fim do dia chegou.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Biografia

A minha vida:
Páginas ao vento.
De um livro velho,
Sujo e poeirento.

O vento chega
E dele tira o pó.
E a nuvem de poeira
Nunca me deixa só.

Um livro manuscrito
Com tinta borrada.
Este livro eu redijo
De maneira desregrada.

Capítulo por capítulo,
Palavra por palavra.
Não tem capa este livro,
Nem prefácio, nem nada.

Fabiano Favretto

Lírio Branco

Um brilho lúgubre
De um lírio alvo
N'um campo frio
Triste e calvo.

Fabiano Favretto

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pilão de Metal

Escrevi esta letra para um rock n' roll na viola caipira, mas ainda não a musiquei. Se eu conseguir, logo posto um vídeo tocando. Por enquanto, olhem a letra:


Cedo pra roça vamos
Colher fumo milho e feijão
O fumo a gente vende
Nóis, o Feijão malhamos
E vai o milho pro pilão.

Moe o milho moe o milho
Pra nóis gerá um capital
Moe o milho, moe certo
No meu pilão de metal.

Na volta a gente canta
Com som maneiro
E muito enfoque
Highway to roça
E pagode em woodstock

Moe o milho moe o milho
Pra nóis gerá um capital
Moe o milho, moe certo
No meu pilão de metal.

Da guitarra nois nao larga
Modão e Rock a gente toca
Na viola nois arrasa
É moda de guitarra
E heavy metal na viola

Moe o milho moe o milho
Pra nóis gerá um capital
Moe o milho, moe certo
No meu pilão de metal.

Do milho faz fubá
Do fubá nois faz polenta
Mas antes d’isso tudo
Olha bem ate que entenda:
Milho tem que plantá

Moe o milho moe o milho
Pra nóis gerá um capital
Moe o milho, moe certo
No meu pilão de metal.

Fabiano Favretto

Não existe

Não existem linhas
Mais bem escritas
Do que aquelas do seu corpo.

Não existem quadros
Mais bem pintados
Do que os seus olhos.

Não existe escultura
Mais bem entalhada
Do que o seu sorriso.

Não existe arte
Que expresse o desejo que sinto
De fazer você a minha obra-prima.

Fabiano Favretto

domingo, 7 de setembro de 2014

Rima chula

Azeda como limão,
E pesado como chumbo.
Sua cara é de dragão
E seu corpo igual do dumbo.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Na primeira vez

Lembro-me 
Como se fosse ontem.
Aquela beleza ali repousada,
Cheirosa e convidativa.
Observava suas curvas:
Do começo ao fim
Grande beleza.
Não tive outra escolha
A não ser comer.
E como foi bom!
Meu corpo até arrepia
Quando lembro
A primeira vez
Em que o líquido branco escorreu.
Sim,
Uma grande satisfação.

O primeiro hambúrguer
Com maionese
A gente nunca esquece.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Violenta

Violenta a Violeta
Azul, anil senil
Desfolha-se
Por sua própria escolha
Nesta estação de outono hostil.

Fabiano Favretto

Obra

Flor morena
Na manhã de garoa
Torna-se à tarde serena,
Bela, vívida e encantadora.

De manhã seu andar é prefácio
De um drama meu, um teatro assim.
E ao tardar, seu sorriso é epílogo
Desta obra triste que chega ao fim.

Fabiano Favretto

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Setembro

Setembro veio
Após agosto
Ter sido cheio.
E como um oposto
De mim mesmo, eu creio
Que com paciência e gosto
Este mês saboreio.


Fabiano Favretto