A descarga:
O rugido do monstro porcelânico,
Engole tudo o que é dejeto,
Tudo o que é antagônico.
E na madrugada,
Na profunda fossa,
Ouço o timbre das gotas:
No alto,
O monstro está a preparar-se
Para mais um descarrego.
Fabiano Favretto
A descarga:
O rugido do monstro porcelânico,
Engole tudo o que é dejeto,
Tudo o que é antagônico.
E na madrugada,
Na profunda fossa,
Ouço o timbre das gotas:
No alto,
O monstro está a preparar-se
Para mais um descarrego.
Fabiano Favretto
Exasperado e impaciente
Desejo passar agora os dias que não vieram,
Pois meio que inconsciente
Eu sinto que não vivi nem os dias que passaram.
O tempo é meu Karma
E o medo do amanhã é presente;
Ora, qual a grande arma
Para matar o tempo de hoje e sempre?
Sinto agora a minha boca amarga,
E o peso ainda é grande sobre os meus ombros.
Muito me foi tirado em escala larga
Deixando em mim somente escombros.
A brevidade da vida me assusta
E a morte tem andado a passos largos.
Como poderia eu, de forma astuta
Encarar a realidade sem tomar uns tragos?
Fabiano Favretto