Eu vejo em seus olhos a tristeza,
E em suas mãos as incertezas.
Seus gestos querem ser tangíveis
Mas agora somos tão invisíveis.
Eu me pergunto se estou magoando,
Pois assim, estou me entregando.
Mas não sei se é simples entrega,
Ou dor que um dia chega.
Não sou um bom samaritano,
Nem serei nesse próximo ano.
Não te darei esperanças nessa estrada,
Pois a oferecer-te não tenho nada.
Eu vejo em meus olhos a tristeza.
Em minhas mãos falta delicadeza.
Meus gestos querem ser plausíveis,
Mas agora somos tão invisíveis.
Se um dia para ti eu faltar,
Poderás sem medo me amaldiçoar.
Estou fugindo sempre a mesmo
Nessa procura fútil de mim mesmo.
Se um dia para ti eu faltar,
E a saudade no meu peito pesar (e vai),
Não hesite em praticar abandono:
Coração poeta não deve ter dono.
Se um dia para ti eu faltar,
Peço somente para lembrar
De quem fui no começo;
Estou longe, mas não esqueço.
Fabiano Favretto
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