terça-feira, 22 de abril de 2014

Pêndulo

Controverso
E sonolento,
Canta um verso:
Um soneto!

Vagaroso.
Mal compassado.
Perigoso.
Ultrapassado.

Louco a girar
No próprio eixo,
Torna a badalar
Tom imperfeito.

Caixa de madeira.
O coração é de metal.
Pulsa vida quase neutra
No seu visor de cristal.

Doze horas
São marcadas
Onze barras
São soadas.

Meia volta
E volto a esmo.
Volto à rota
Meio tenso.

Meu relógio de pêndulo 
Se arrasta tempo a fora.
Meu viver tão ingênuo
Acabou-se por hora. 

Fabiano Favretto

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