sábado, 29 de novembro de 2014

Tinha eu

"No meio do caminho tinha uma pedra."
Na pedra do meio tinha um caminho.
No caminho do meio tinha uma pedra.
No caminho da pedra tinha um meio.
No meio da pedra tinha um caminho
Na pedra do caminho tinha um meio.
Tinha no meio, na pedra e no caminho.
No meio disso tudo, tinha eu mesmo.

Fabiano Favretto

Banca

Eu havia dito
Que em você eu apostei
Todas as minhas fichas.

Eu havia escrito
Que por você eu já joguei
Todas as minhas fichas.

Mas baby você sabe,
A banca me quebrou.
Mas baby você sabe,
Que minha sorte acabou.

Eu queria recuperar
Tudo o que um dia
Havia apostado em você.

Eu queria recuperar
Tudo o que um dia
Havia sentido por você.

Mas baby você sabe,
A banca me quebrou.
Mas baby você sabe,
Que minha sorte acabou.

Fabiano Favretto

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cem mais, nem menos.

Sem óculos escuros, 
Sem fone de ouvido.
Sem música, 
Sem protetor solar.
Sem respiração, 
Estou sem ar.

NA ENCRUZILHADA,

Sem nada. 
Sem ELA,
Sem pinga,
Sem vinho,
Sem vodka.
Sem esquecer. 

Quem? 
VOCÊ!

Sem você, 
Sem teto.
Sem chão.
Sem sal
Sem Sol
Cem nuvens

DE ALGODÃO.

Sem vontade.
Sem vergonha,
Sem juízo.
Sem piedade,
Sem pedaços,
Sem cacos espalhados.

Do que?
E QUANDO?

Sem do que, e
Sem saber do que mais.
Sem ser de vez em quando,
Sem o "querer voltar atrás".
Sem versos,
Cem sentidos.

SEM VOCÊ ME QUERER MAIS.

Fabiano Favretto

28

Novembro,
Uma locomotiva.
Dos trinta vagões
Só sobraram dois.

Fabiano Favretto

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Luz da Lua

As suas mãos o caminho apontam,
E os seus olhos dizem o contrário.
No caminho desatinos se aprontam,
Mesmo que a viagem não tenha horário.

Se estivermos na grama deitados,
E a luz do Sol em nosso rosto bater,
Esperarei desconcertante e exasperado
Que seja o Sol do amanhecer.

Os teus bonitos cachinhos ruivos;
Também me agrada tua doce boca de flor.
Andarei um dia por estes caminhos curvos
Cuidando para não morrer de amor.

Te darei a Lua como presente,
Para vê-la refletida em seus olhos.
Na luz prata, pálida e adjacente,
Está teu rosto gravado em meus sonhos.

Fabiano Favretto

terça-feira, 25 de novembro de 2014

E vou mesmo!

Vou comprar um carro
Para cair na estrada,
E cruzar os estados
Em uma longa jornada.

Vou andar pelo mundo
Sem pensar no amanhã.
Vou virar vagabundo
Dormir só de manhã.

Com os pés na areia
Andarei pela enseada,
Donde o sol semi-clareia
Em meio à madrugada.

Cruzarei os hemisférios,
Em busca de mim mesmo.
Desvendando os meus mistérios
Não viverei mais a esmo.

Fabiano Favretto

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Faculdade

Eu queria aprender
A arquitetura dos teus beijos
E a engenharia dos teus abraços.

Eu queria te surpreender
Realizando a arte dos seus desejos
E o design de nossos enlaços.

Mas não sou formado
Na faculdade de amar:
Isto aprendi sozinho.

E não estou capacitado
Para ao seu lado não ficar:
Me ensine devagarinho.

Fabiano Favretto