Quase meia noite e eu estou a lembrar de quando andamos pelo bosque e logo sentamos no banco e coloquei uma flor em seu cabelo e você me perguntou porque matei a flor e entao começamos a brincadeira de bem-me-quer-mal-me-quer mas não terminamos e a flor caiu ao chão porque nossos beijos foram mais importantes que a vida dessa flor e fomos andando para mais longe e esquecemos da flor e esquecemos da dor que poderíamos ter e esquecemos que a saudade existirá mais forte de minha parte e assim tao pontual e tão intrínseca que meus lábios tremem como se o frio do inverno os tocasse e mesmo longe a lembrança tua ainda é quente como aquela tarde de café no museu e abraços sob a sombra de uma árvore qualquer e agora disso lembrar me deixa comovido como o diabo da mesma maneira que Drummond quando tomava conhaque ou quando Tartini sonhava com sua sonata mas nada vem ao caso agora devido às minha falhas pontuais ou meus acertos acentuados em direção ao caos ao teu caos que me deixa desconexo e triste por saber que a tive em meus braços por dias e agora o que tenho é a distância tal qual a vida tem daquela flor sacrificada no bosque ou as lacunas a nós colocadas como aporte à sanidade e a lucidez diferente da minha forma não-pontual de gramática que me obriga a encerrar agora sem você e sem ponto final
Fabiano Favretto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.